Durante visita à enorme ilha cobiçada por Washington, Mette Frederiksen enfatizou que a Dinamarca não vai ceder diante das pressões de Trump

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, reafirmou nesta quinta-feira (3) a soberania sobre a Groenlândia durante uma visita à ilha e advertiu os Estados Unidos de que “não podem anexar outro país”. O presidente americano Donald Trump disse no mês passado que “precisa” da Groenlândia e falou sobre tomar posse desse território autônomo dinamarquês no Ártico com interesses estratégicos. Durante uma visita à enorme ilha cobiçada por Washington, Frederiksen enfatizou que a Dinamarca não vai ceder diante das pressões de Trump.
Os Estados Unidos “não podem anexar outro país”, declarou a dirigente dinamarquesa em inglês, assegurando que essas ameaças não podem se basear em um argumento de segurança, raciocínio que o presidente americano utiliza para justificar essa aspiração. “Em matéria de segurança, há muitas coisas que nós e vocês podemos fazer”, afirmou Frederiksen. “A Groenlândia faz parte da Otan e, há 75 anos, temos um acordo de defesa com vocês que lhes dá amplo acesso”, indicou. “Se desejam ter uma maior presença na Groenlândia, a Groenlândia e a Dinamarca estão preparadas”.
A pressão americana se intensificou no final de março, quando o vice-presidente J.D. Vance visitou a única base militar da potência americana neste território ártico. Repetindo as acusações formuladas durante essa viagem, Vance disse nesta quinta que a Dinamarca havia “investido abaixo do necessário em infraestrutura e segurança” nesse território. “Acredito que eles querem ser independentes da Dinamarca e, quando isso acontecer, poderemos conversar sobre a relação que teremos entre Estados Unidos e Groenlândia”, declarou ele à emissora de notícias conservadora Newsmax.

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Frederiksen insistiu em que seu país está reforçando sua presença na ilha com novos navios polares, drones de longo alcance e maiores capacidades satelitais. “Respeitamos nossos compromissos, e outros nos seguirão”, declarou a primeira-ministra, ressaltando que a segurança do Ártico sempre foi uma “tarefa comum”. Sua visita ocorre pouco depois da formação de um novo governo de coalizão na Groenlândia, que reúne quatro dos cinco partidos representados no parlamento local, sob a liderança do partido Os Democratas, de centro-direita.
*Com informações da AFP
Publicado por Victor Oliveira