81% dos hospitais com UTIs de excelência são privados no Brasil

81% dos hospitais com UTIs de excelência são privados no Brasil


Crescem as unidades públicas premiadas pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva, com aumento de 19% no selo Top Performer

A Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) premiou 304 hospitais brasileiros por suas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) de alto desempenho. Desses, 81% são privados, com 164 hospitais recebendo o selo Top Performer e 82 o selo Eficiente. No setor público, 25 hospitais foram reconhecidos como Top Performer e 33 como Eficientes.

A avaliação foi realizada com base no desempenho de 800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIs Brasileiras em 2024, sendo 352 públicos e 448 privados, que juntos oferecem mais de 20.000 leitos de UTI no Brasil.

Criada em 2016, a certificação visa reconhecer anualmente a qualidade no atendimento prestado por essas unidades.

A avaliação abrangeu mais de 1.800 UTIs adultas de hospitais públicos e privados do Brasil, resultando em 530 unidades que atenderam aos critérios de certificação. Destas, 301 foram classificadas como Top Performer e 229 como Eficientes.

EXCELÊNCIA CRESCE ENTRE OS PÚBLICOS

Apesar de a proporção de hospitais públicos premiados ainda ser considerada baixa em relação ao total monitorado, a Amib cita avanços nos últimos anos.

Em 2024, 21 hospitais públicos foram certificados como Top Performer, e em 2025, esse número subiu para 25, representando um aumento de 19%. No selo Eficiente, o crescimento foi mais expressivo: passou de 19 para 33 hospitais certificados, um salto de 74%.

No setor privado, o número de hospitais Top Performer aumentou de 136 para 164, enquanto os certificados como Eficientes subiram de 68 para 82.

“A evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo com limitações orçamentárias e estruturais. No entanto, ainda existe um desequilíbrio significativo, com a maioria dos reconhecimentos concentrada no setor privado. Isso reforça a necessidade de mais investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, afirma o médico intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da Amib.

ENTENDA A AVALIAÇÃO

A certificação avalia o desempenho das UTIs com base em 2 indicadores principais: a TMP (Taxa de Mortalidade Padronizada), que compara as mortes esperadas com as reais, considerando a gravidade dos pacientes, e a TURP (Taxa de Utilização de Recursos Padronizada), que verifica se os recursos da UTI são usados adequadamente.

Para obter o selo Top Performer, a UTI deve estar dentre as 33% melhores em ambos os indicadores. O selo Eficiente é concedido às UTIs que estão acima da média, entre o 33º e 50º percentil.

As UTIs também são classificadas segundo o perfil dos pacientes atendidos, com distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com problemas do coração) e gerais (com pacientes de diferentes perfis clínicos ou cirúrgicos).

Leia a lista de UTIs certificadas: 

  • UTI Top Performer 2025 (PDF – 27 MB);
  • UTI cardiológica Top Performer 2025 (PDF – 3 MB);
  • UTI Eficiente 2025 (PDF – 25 MB);
  • UTI cardiológica Eficiente 2025 (PDF – 3 MB);





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