O rapper carioca abriu o jogo com Roberto Cabrini no “Domingo Espetacular”, com os olhos marejando, sobre a relação com Marcinho VP e a carreira
Na noite deste domingo (30/3), pela primeira vez, Oruam falou com um programa de televisão aberta, após as últimas polêmicas. O rapper detido recentemente no Rio de Janeiro, também falou sobre sua criação com o pai, Marcinho VP, em conversa com Roberto Cabrini no “Domingo Espetacular”. Durante o bate-papo, o músico carioca entregou confissões exclusivas, garantindo que o responsável que segue atrás das grades não é um monstro como apontam.
“Eles dizem que ele é o líder, mas, na verdade, ele nem é, o meu pai foi preso e ele tinha 19, 20 anos. Não tem como ele, com 20 anos, ser esse monstro que a sociedade quer, entendeu, chefe? Ele foi um ótimo pai, um exemplo de pai para mim. E tipo, foi o meu tudo… Ele tentou esconder a gente o tempo todo da favela, sabe? Ele tentou esconder e tirar a gente do morro, para tentar que a gente não olhasse, não visse aquilo ali e quisesse aquilo ali para a gente”, disparou Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, nome de batismo.
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“Eu não escolhi o pai que tenho, se eu fosse escolher o pai que tenho, eu escolheria o meu pai. Tudo que conquistei foi com a minha música, chefe, porque eu não tinha nada antes. Eu não tinha nada antes! Se hoje consegui conquistar o mundo, consegui conquistar o Brasil, foi porque meu pai me ensinou o caminho certo: ‘Filho, você tem que trabalhar, tem que estudar e ser honesto com as pessoas. Você tem que ser humilde’. Mano, eu só fui (em um show) com a foto do meu pai. É o meu pai!”, completou Oruam.
“O fato de eu ser filho do Marcinho, consegui superar as expectativas, sabe, chefe? Eu consegui superar as estatísticas e consegui conquistar o mundo com todo mundo dizendo ‘não’ para mim”, finalizou o cantor no bate-papo com Cabrini. Sem papas na língua, o intérprete refletiu: “O Brasil é isso! É o funk, o rap, o pagode, o samba, é o povão. Eu canto a realidade das favelas: a pobreza, a desigualdade. Falta oportunidade! Enquanto o último daqui não vencer, eu também não venci. Sou um contestador. Não vim aqui ser só mais um. Vim falar o que penso, pelos favelados. Se os presos não têm voz, se meu pai não tem voz, vou fazer uma música para os presos”, completou.