Empresa afirma dialogar com a categoria e cita aumentos recentes; a greve é realizada nesta 2ª (31.mar) e 3ª feira (1º.abr)
O iFood divulgou uma nota em que diz estar disposto a dialogar com os entregadores do aplicativo e estudar a viabilidade de um reajuste para a categoria para 2025. O grupo realiza uma paralisação nacional nesta 2ª feira (31.mar.2025) para pressionar por melhores condições de trabalho.
A empresa afirmou que, desde 2021, mantém conversas com representantes do grupo sobre iniciativas voltadas à remuneração e transparência. Disse respeitar o direito à manifestação pacífica. Leia abaixo a íntegra do comunicado.
Segundo a empresa, o ganho bruto por hora trabalhada no iFood é 4 vezes maior do que o salário mínimo-hora nacional.
“De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora, de acordo com os custos apontados em pesquisa realizada pelo Cebrap [Centro Brasileiro de Análise e Planejamento]em 2023“, afirmou.
O iFood também afirmou oferecer benefícios aos entregadores, como seguro pessoal gratuito, planos de saúde, programas educacionais e apoio jurídico e psicológico em casos de assédio ou discriminação.
“Reforçamos que é importante respeitar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e garantir a livre circulação de funcionários e da população em geral, conforme previsto na Constituição, sempre prezando por um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência”, disse.
GREVE DOS ENTREGADORES
Entregadores de aplicativo como iFood, Uber Flash e 99 Entrega realizam uma greve nacional nesta 2ª feira (31.mar) e na 3ª feira (1º.abr).
O presidente do Sindimoto-SP (Sindicato dos Motoboys de São Paulo), Gil Almeida, afirmou que a categoria está “há mais de 4 anos sem nenhum centavo de reajuste”.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa o iFood, Uber e 99, afirmou que respeita o direito de manifestação dos trabalhadores e que as “empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores”.
A entidade disse que as empresas associadas apoiam a regulamentação do trabalho por meio das plataformas digitais, buscando “garantir a proteção social dos trabalhadores e a segurança jurídica das atividades”.
Os entregadores pedem as seguintes mudanças:
- reajuste da taxa mínima: de R$ 6,50 para R$ 10,00 por entrega;
- aumento das despesas por milhas rodadas: de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- limitação das rotas de bicicleta: máximo de 3 km por pedido;
- pagamento de taxa integral por entrega: cada entrega seja paga integralmente, sem cortes que consideram arbitrários quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.
Leia abaixo a íntegra da nota do iFood:
“O iFood respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, desde 2021, nos dedicamos à criação de uma agenda sólida e permanente de diálogo com os entregadores parceiros e representantes da categoria, para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e transparência para estes profissionais.
“Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025. É importante ressaltar que, nos últimos três anos, os ganhos dos entregadores foram aumentados de várias maneiras:
“2022: Aumento do valor mínimo da rota em 13%, de R$ 5,31 para R$ 6,00, e do valor por quilômetro rodado em 50%, de R$ 1,00 para R$ 1,50.
“2023: Reajuste da taxa mínima em 8,3%, de R$ 6,00 para R$ 6,50, acima da inflação do período (3,74% pelo INPC).
“2024: Introdução de adicional de R$ 3,00 por entrega extra em rotas agrupadas.
“O ganho bruto por hora trabalhada hoje no iFood é quatro vezes maior do que o ganho do salário mínimo-hora nacional. De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora, de acordo com os custos apontados em pesquisa realizada pelo Cebrap em 2023.
“Além disso, todos os entregadores parceiros do iFood têm acesso a seguro pessoal gratuito para casos de acidentes durante as entregas, planos de saúde, programas de educação, além de apoio jurídico e psicológico para casos de discriminação, assédio ou agressão sofridos pelos profissionais de delivery.
“Ao mesmo tempo, reforçamos que é importante respeitar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e garantir a livre circulação de funcionários e da população em geral, conforme previsto na Constituição, sempre prezando por um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência.
“O iFood segue disponível para o diálogo com os entregadores na busca por melhorias para os profissionais e para todo o ecossistema.”