Medida busca remover conteúdos considerados ideológicos para restaurar uma visão mais tradicional da história norte-americana
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), assinou na 5ª feira (27.mar.2025) um decreto que impõe restrições a autonomia do Instituto Smithsonian. A instituição é responsável por 21 museus, bibliotecas e centros de pesquisa, além de um acervo de 142 milhões de itens em todo o país.
O decreto, intitulado “Restaurando a Verdade e a Sanidade na História Americana”, busca remover conteúdos considerados ideológicos para restaurar uma visão mais tradicional da história norte-americana. Eis a íntegra do decreto (PDF – 199 kB, em inglês).
A medida também impõe restrições ao financiamento da instituição e determina a nomeação de gestores alinhados à nova política.
Segundo o decreto, “houve um esforço concentrado e generalizado para reescrever a história dos EUA de maneira distorcida e divisiva”, enfatizando aspectos negativos do país. Com isso, a ordem estabelece diretrizes para que museus e parques nacionais promovam uma “narrativa que valorize os princípios fundadores da nação”, destacando avanços em liberdade e prosperidade.
Entre as ações descritas estão:
- revisão de exposições do Museu de Arte Americana e do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana;
- proibição de reconhecimento da identidade de gênero no futuro Museu de História das Mulheres Americanas;
- restauração de monumentos históricos removidos desde 2020 e melhorias no Independence Hall até 2026;
- assegurar que monumentos e marcos históricos foquem na “grandeza das conquistas dos norte-americanos”, sem interpretações que possam “diminuir inapropriadamente” a imagem do país.
Atualmente, a instituição recebe cerca de 2/3 de seu orçamento de US$ 1 bilhão do governo federal. Em janeiro, Trump já havia assinado outro decreto proibindo programas de diversidade, equidade e inclusão em organizações financiadas pelo governo, levando o fechamento do escritório de diversidade do Smithsonian.