STM confirma condenação de major por manifestações políticas

STM confirma condenação de major por manifestações políticas


João da Costa Araújo Alves foi julgado por desobedecer ordens de deletar opinião das redes sociais nas eleições de 2022

O STM (Superior Tribunal Militar) confirmou na 3ª feira (25.mar.2025) a condenação do major João da Costa Araújo Alves por desobedecer ordens diretas de deletar publicações de cunho político de suas redes sociais. O militar foi condenado a mais de 2 anos de prisão. 

O militar foi preso em maio de 2022 por desobedecer recomendações do Exército sobre manifestações político-partidárias em ano eleitoral. Nas redes sociais, Alves, apesar de ser da ativa, se declarou deputado federal pelo PL e publicava mensagens em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

 

A defesa do major João Alves afirmou ao Poder360 que irá recorrer da decisão do STM. 

O relator do caso, o ministro Artur Vidigal de Oliveira, afirmou que “o acusado, ao ignorar reiteradamente as ordens de seus superiores hierárquicos, demonstrou completo desprezo pelas normas disciplinares e regulamentos internos do Exército Brasileiro, o que não pode ser tolerado em uma instituição baseada na hierarquia e na disciplina”.

O major foi julgado e condenado em 2023 pelo Tribunal de Justiça do Ceará e entrou com recurso pedindo anulação da pena no STM. Alves ainda pode recorrer a nova decisão de recusar a nulidade. O tribunal voltou a julgar o caso nesta semana depois do ministro José Coêlho Ferreira ter pedido vista em março de 2024.

O ministro José Coêlho Ferreira foi o único que votou pela absolvição do militar. Os outros votaram pela manutenção da pena. 

Para militares que acumulam menos de 10 anos de serviço, como é o caso do major, a disputa eleitoral é válida se estiver formalmente afastado da atividade. Superando os 10 anos, o oficial deve ser agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. No momento da candidatura, ele deve estar afastado, como definiu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2018.

As regras foram repassadas aos militares de batalhões do Piauí e do Ceará, da 10ª Circunscrição Judiciária Militar das três forças, em março de 2022, por recomendação do Ministério Público Militar. O objetivo era alertar sobre crimes em ano eleitoral, além de orientar sobre a elegibilidade de membros das Forças Armadas.

O STM reforçou que o militar estava ciente das proibições e decidiu por não acatar a ordem.





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