Na terça e na quarta-feira, os procuradores descreveram o político (2007-2012) como o ‘verdadeiro’ responsável por orquestrar um pacto de corrupção ‘inconcebível, inaudito e indecente’ com o ditador Muammar Gaddafi

A promotoria financeira francesa pediu, nesta quinta-feira (27), sete anos de prisão para o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy por supostamente ter financiado sua campanha eleitoral de 2007 com dinheiro recebido ilegalmente da Líbia. O Ministério Público também solicitou uma multa de 300 mil euros (aproximadamente 1,86 milhão de reais) contra o marido da cantora, modelo e atriz Carla Bruni, que recebeu a solicitação da promotoria com um semblante sério no banco dos réus. Contra os ex-ministros Claude Guéant e Brice Hortefeux, a promotoria pediu penas de prisão de seis e três anos, respectivamente, além da multa, por ajudá-lo a “forjar” um pacto de corrupção com o ditador líbio Muammar Gaddafi.
Na terça e na quarta-feira, os procuradores descreveram o ex-presidente (2007-2012) como o “verdadeiro” responsável por orquestrar um pacto de corrupção “inconcebível, inaudito e indecente” com Gaddafi para financiar sua campanha. Eles também detalharam as “contrapartidas” diplomáticas, jurídicas e econômicas prometidas ao regime líbio e afirmaram que os “rastros” de dinheiro em espécie na campanha alimentam o “acervo probatório” do caso. Para os procuradores, todos os crimes pelos quais ele está sendo julgado desde 6 de janeiro foram comprovados: corrupção, encobrimento de desvio de fundos públicos, financiamento ilegal de campanha e associação criminosa.
“Apenas uma pena de prisão e uma multa firmes”, além da privação de “certos direitos civis”, poderão “proteger a sociedade” de um acusado que demonstrou uma “ambição política devoradora”, disse o procurador Sébastien de la Touanne. A “falsidade e violência das acusações e a escandalosa pena solicitada” visam apenas “mascarar a fragilidade das supostas acusações”, reagiu Sarkozy, de 70 anos, em um comunicado publicado nas redes sociais.

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Além de Sarkozy, outras 11 pessoas estão sendo julgadas neste caso, entre elas seu ex-ministro Éric Woerth, contra quem a promotoria pediu um ano de prisão, além de uma multa, por cumplicidade no financiamento ilegal. O ex-presidente, que defende sua inocência desde o início do julgamento e cuja defesa apresentará seus argumentos finais em 8 de abril, já foi condenado a um ano de prisão por corrupção em outro caso, pena que cumpre em casa com uma tornozeleira eletrônica.
*Com informações da AFP
Publicado por Fernando Dias