Tarcísio de Freitas e Jorginho Mello destacam liderança do ex-presidente e defendem sua candidatura em 2026
Governadores de direita criticam a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de aceitar a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 7 réus, acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Por meio das redes sociais, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, disse que Bolsonaro é o maior líder do país e que conduzirá o processo “com coragem”.
“Sabemos que esse não é o 1º e não será o último desafio a ser enfrentado, mas sabemos também que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada”, afirmou em publicação no X (ex-Twitter).
Tarcísio, embora negue em público, é sempre citado como principal nome para concorrer à presidência em 2026, por causa da inelegibilidade do antigo chefe do Executivo.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que a “trajetória pública” de Bolsonaro foi “sempre marcada por seu compromisso com o povo brasileiro”.
Castro afirmou: “O Brasil vive um momento que exige serenidade e respeito aos princípios constitucionais que regem a nossa nação”.
Já o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), demonstrou apoio ao ex-presidente e defendeu que Bolsonaro dispute as próximas eleições.
“Não tenho medo de me posicionar ao lado dele, como sempre fiz. Bolsonaro é o maior líder de oposição no Brasil e merece estar nas urnas em 2026. Deixa o povo decidir”, afirmou.
APOIO TÍMIDO
Outros governadores que já apoiaram publicamente a Bolsonaro tiveram falas mais moderadas sobre a decisão do Supremo.
Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, criticou o julgamento pela 1ª Turma do STF: “Acho que, por se tratar de um ex-presidente, o julgamento não poderia ser feito por uma Turma, mas pelo plenário”. Falou durante um evento do Lide (Grupo de Líderes) em Pernambuco.
O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (União), sem fazer uma defesa explícita, defendeu em entrevista ao Metrópoles um julgamento justo, com direito à ampla defesa e à apresentação de testemunhas. Ele e Bolsonaro tiveram atritos nos últimos meses.
Já Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, não se manifestou. A política local mineira foi marcada pela morte do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), nesta 4ª feira (26.mar).
DENÚNCIA ACEITA
A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu, por unanimidade (5 votos a 0), a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e outras 7 pessoas por uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Com isso, o ex-presidente e aliados se tornam réus, e a Corte dá início a uma ação penal que pode resultar na condenação dos acusados a até 43 anos de prisão.
Os acusados respondem por crimes envolvidos na tentativa de impedir a posse do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro era o líder do grupo que planejou o golpe.
Leia abaixo a pena determinada para cada crime:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito – 4 a 8 anos de prisão;
- golpe de Estado – 4 a 12 anos de prisão;
- integrar organização criminosa armada – 3 a 17 anos;
- dano qualificado contra o patrimônio da União – 6 meses a 3 anos; e
- deterioração de patrimônio tombado – 1 a 3 anos.
JULGAMENTO
O julgamento se referiu só ao 1º dos 4 grupos de pessoas denuncias pela PGR (Procuradoria Geral da República) por tentativa de golpe de Estado em 2022. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social.
Estão neste grupo:
- Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.
Assista à íntegra deste 2º dia de julgamento (3h18min):
Instalada a ação penal, o Supremo terá de ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzir a sua própria investigação. As partes podem pedir a produção de novas provas antes do julgamento dos crimes.
Terminadas as diligências, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.
O processo será repetido para cada grupo denunciado pelo PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:
Leia a íntegra dos votos dos ministros:
Leia o que disse Bolsonaro sobre a decisão:
Leia a cobertura completa no Poder360:
O que disseram as defesas neste último dia de julgamento: