Voto de Fux foi “absolutamente correto”, diz defesa de Bolsonaro

Voto de Fux foi “absolutamente correto”, diz defesa de Bolsonaro


Celso Vilardi elogia posicionamento do ministro ao questionar desimetria das penas do 8 de Janeiro e crime de tentativa de golpe

O advogado de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Celso Vilardi elogiou os argumentos do voto do ministro Luiz Fux no julgamento que tornou Bolsonaro e mais 7 ex-aliados réus nesta 4ª feira (26.mar.2025).

O elogio se refere ao questionamento de Fux em relação à dosimetria da pena de 14 anos dada pelo ministro Alexandre de Moraes à cabeleireira julgada pelo 8 de Janeiro. Também ao fato da PGR (Procuradoria Geral da República) e os ministros tratarem a tentativa de dar um golpe de Estado como crime consumado. O entendimento dos ministros é que, se o crime fosse consumado, não haveria como puni-lo, uma vez que se mudaria a ordem vigente.

“O ministro Fux fez um posicionamento absolutamente correto, não só sobre a dosimetria, mas principalmente sobre a questão dos 2 delitos que estão sendo imputados. Porque no voto do ministro Barroso existe um conflito entre esses delitos, mas esse não é o momento. Vamos para a defesa, obrigado”, disse Vilardi a jornalistas depois do fim do julgamento.

Luiz Fux foi o 3º a votar. Com o seu voto, o colegiado obteve a maioria necessária para iniciar uma ação penal contra eles (entenda abaixo).

O ministro também foi o único a divergir dos demais ministros sobre uma das preliminares pedidas pelas defesas. Ele considerou que o plenário formado por 11 ministros deveria julgar os denunciados.

JULGAMENTO

A fala de Fux se deu durante o julgamento que avalia o recebimento da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) por tentativa de golpe de Estado.

O presidente da 1ª Turma, Cristiano Zanin, designou 3 sessões extraordinárias para apreciar a denúncia: duas já ocorreram na 3ª feira (25.mar), às 9h30 e às 14h. A última foi nesta 4ª feira (26.mar), às 9h30.

O julgamento se refere só ao 1º dos 4 grupos de denunciados. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social. Estão neste grupo:

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

PRÓXIMOS PASSOS

Se a denúncia for aceita, dá-se início a uma ação penal. Nessa fase do processo, o Supremo terá de ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzir a sua própria investigação. Terminadas as diligências, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.

O processo será repetido para cada grupo denunciado pelo PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:





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