Da bagunça tática ao caos nos bastidores, a Seleção Brasileira reflete a decadência do futebol nacional
Chacota, piada, humilhação, vexame… São muitos os adjetivos para descrever o que a Seleção Brasileira protagonizou em Buenos Aires na noite desta última terça-feira (25/3). A derrota para a Argentina por 4 a 1 foi mais do que um vexame esportivo. Foi a materialização de um desastre anunciado, orquestrado por uma comissão técnica perdida e comandada por um treinador sem carisma, sem liderança e sem convicção: Dorival Júnior. Em meio a isso, a fala de Raphinha, em entrevista para Romário, evidencia ainda mais o que virou o Brasil, um dia o país do futebol, hoje o “país da porrada”. Ou será o “país da palhaçada?”
Brasil, o país da porrada e da palhaçada
O Brasil, outrora um celeiro de craques e um sinônimo de futebol arte, hoje se parece mais com um time de interclasse da quinta série, jogando de maneira improvisada, sem alma e sem projeto algum. E quem tem que responder por isso é o técnico e a entidade que rege o futebol brasileiro, a CBF, que aniquilou a essência do nosso esporte.
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Raphinha, em um movimento “nostálgico” para tentar reviver uma época em que futebol brasileiro era, de fato, o melhor do mundo, e o qual os nosso craques provocavam (mas resolviam) garantiu que faria um gol e ainda disse “porrada neles”. O resultado? Virou o patati do patatá que se tornou a Seleção Brasileiro. Motivo de riso para os jogadores argentinos em campo, além de ter sido o saco de pancadas preferido de Nicolás Otamendi e Curti Romero.
“Nervosinho”, até tentou dar uma de “machão” em campo, mas foi só mais dentre vários motivos de alegria e risos para os argentinos. Aliás, os argentinos que, desde o minuto três, se divertiam com o circo montado pela Seleção Brasileira, visto que já cantavam “olé” logo após o primeiro gol.
E Vinícius Júnior?
Mais uma vez, o melhor jogador do mundo e o craque do Real Madrid ficou aquém do que deveria mostrar com a camisa amarela. Parece ter alergia de jogar na Seleção Brasileira. Ao invés do craque que é, se torna mais um palhaço do circo montado por Ednaldo Rodrigues e Dorival Júnior.
Dorival Júnior, o maestro da palhaçada
Dorival Júnior é um homem de contradições. Disse que poderia ser cobrado porque a Seleção estaria na final da Copa, mas baseado em quê? Em qual trabalho consistente? O que ele apresentou de concreto para sustentar tamanha confiança? Nada. Seu time é um festival de testes mal planejados, que não se sustentam, sem um mínimo de coerência.
Endrick, por exemplo, brilhou quando teve oportunidade, salvou Dorival em situações difíceis, mas depois foi relegado a um ostracismo inexplicável. Quando volta a ser chamado, é jogado na fogueira, em um time que já estava perdendo por 3 a 1 para a Argentina. Contra o Uruguai na Copa América, a mesma coisa: foi escalado em um contexto impossível, tendo que se virar sozinho.
O que se espera de um treinador minimamente competente é que desenvolva um jogador jovem como Endrick, e não que o use como bucha de canhão.
O meio de campo brasileiro, por exemplo, é formado por jogadores que atuam em times pequenos da Inglaterra. O fato de estarem na Premier League não significa que possuem estofo para defender a Seleção. Newcastle, Brighton, Wolverhampton… clubes que, apesar de bem estruturados, não têm o peso e a pressão de Palmeiras, Flamengo, Fluminense ou Corinthians. Quem joga aqui, nos grandes clubes brasileiros, está acostumado a lidar com cobranças, a enfrentar maratona de jogos e a se destacar mesmo em cenários de pressão absoluta. Não precisamos de jogadores que não estão acostumados a lidar com o peso da camisa pentacampeã do mundo
Será que é hora de uma mudança no comando antes da Copa do Mundo? Mas quem vai ser esse nome, Filipe Luís? Um cara que, por mais que tenha tido sucesso em seus primeiros meses de carreira, não tem estofo para aguentar a pressão de uma Seleção Brasileira. Jorge Jesus? O técnico que bateu de frente com nosso principal craque. Guardiola, será mesmo que sairá de seu conforto na Inglaterra para comandar uma legião de palhaços e porradeiros? Ou Carlo Ancelotti? Que na bagunça que é a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), escolheu fugir. Fez bem.
Ednaldo Rodrigues, o dono do circo
Por trás de todo esse caos está a CBF, que se transformou em um antro de políticos do futebol que nada entendem do jogo. A reeleição de Ednaldo Rodrigues foi uma farsa anunciada, sem concorrentes reais, apenas uma formalidade para garantir que a mesmice continue reinando até 2030.
Ele articulou seu apoio com presidentes de federações e clubes que preferem manter o status quo a promover mudanças estruturais. O futebol brasileiro foi sequestrado por essa elite, que transformou um esporte popular e vibrante em um negócio fechado, distante do povo. A essência do futebol brasileiro foi destruída pela própria instituição que deveria protegê-lo.
O que aconteceu contra a Argentina não foi um acidente. Foi um sintoma de um sistema doente e corrompido. Enquanto a CBF for comandada por cartolas preocupados apenas com seus próprios interesses, o Brasil seguirá sendo um gigante adormecido, preso a um passado glorioso e incapaz de construir um futuro digno da nossa história.