Secretário de Comunicação do partido diz que análise do STF sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2023 corrige anistia dada a militares da ditadura
O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, disse nesta 3ª feira (25.mar.2025), no canal de YouTube do partido, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados deveriam ser condenados à pena máxima por envolvimento em tentativa de golpe de Estado que começou a ser planejado após a derrota do então presidente nas eleições de 2022.
“A expectativa, segundo os cálculos que eu estava vendo na imprensa, a pena máxima seria de 43 anos. Seria o ideal 43 anos na cadeia para aprender, inclusive, para as próximas gerações não se comportarem dessa maneira. Porque eles atentaram contra o Estado de Direito, a democracia, a vida das pessoas. Era uma organização criminosa, armada e que realmente se isso [um golpe] acontecesse, nós não estaríamos aqui”, disse Tatto, durante uma transmissão especial para acompanhar a sessão da 1ª Turma do STF.
A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começou a deliberar nesta manhã se aceita ou rejeita a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) sobre a questão. A decisão poderá transformar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 7 pessoas em réus por tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.
Tatto disse que o possível julgamento dos envolvidos na tentativa de gol[e seria uma espécie de correção da anistia que foi dada a militares que atuaram durante o período da ditadura militar no país.
“Tivemos ditadura no Brasil que durou 21 anos e nunca um general se tornou réu, sentou no banco dos réus para ser julgado. Mataram, torturaram, pessoas foram presas e exiladas. Deixou uma ferida aberta. Isso permitiu que esses novos generais, novos militares pudessem se encorajar a fazer esse tipo de momento. Agora, pela 1ª vez, vamos ter 4, 5 generais de alta patente, das Forças Armadas, que vão estar no banco dos réus”, disse.
O deputado e secretário do PT defendeu ainda que o grupo, caso venha a ser julgado e condenado, deveria ser preso em penitenciárias de segurança máxima e citou como exemplos a Papuda, em Brasília, Tremembé, em São Paulo, Bangu, no Rio de Janeiro, e Catanduva, no Paraná.
“Tem várias cadeias. O que não pode ter é privilégio. Na cadeia, tem que ser cuidado como um presidiário de alta periculosidade. É assim que Bolsonaro é e é assim que os comparsas, os golpistas são. Por isso tem que ser tratados com respeito, como todo mundo, mas merecem ir para a cadeia”, disse.
A transmissão ao vivo terá a participação de líderes políticos como presidente do partido, senador Humberto Costa (PE). O partido de Lula afirmou que terá uma “equipe ao vivo na sede do Supremo para trazer todos os detalhes da sessão histórica que deve colocar no banco dos réus Jair Bolsonaro e outros acusados de tentarem derrubar o Estado democrático de Direito”.