Prefeito detido de Istambul, principal opositor de Erdogan, é designado candidato à presidência da Turquia

Prefeito detido de Istambul, principal opositor de Erdogan, é designado candidato à presidência da Turquia


Imamoglu, 53 anos, foi preso no domingo e acusado de “corrupção”, quatro dias após sua detenção, que desencadeou os maiores protestos no país em mais de uma década

YASIN AKGUL / AFPEkrem Imamoglu
Atual prefeito e candidato a prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, faz um discurso durante a primeira contagem parcial de votos das eleições municipais, em Istambul, em 31 de março de 2024

O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, suspenso de suas funções e preso desde domingo, foi oficialmente designado candidato para as próximas eleições presidenciais, em 2028, por seu partido. O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), principal força de oposição, decidiu prosseguir com as primárias no domingo. Imamoglu, principal opositor do presidente Recep Tayyip Erdogan, era o único candidato. Imamoglu, 53 anos, foi preso no domingo e acusado de “corrupção”, quatro dias após sua detenção, que desencadeou os maiores protestos no país em mais de uma década. Para evitar distúrbios, o governo municipal estendeu a proibição de reuniões até a noite de quarta-feira. E também anunciou restrições para pessoas que possam participar das manifestações entrarem na cidade, sem informar como implementaria a medida.

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A onda de contestação é inédita desde as grandes manifestações, iniciadas no parque Gezi de Istambul, e que sacudiram o país em 2013. A rede social X denunciou, neste domingo, que as autoridades turcas pediram o bloqueio de mais de 700 contas na plataforma.  “Nós nos opomos às múltiplas ordens judiciais da Autoridade Turca de Tecnologias da Informação e da Comunicação para bloquear mais de 700 contas de organizações de notícias, jornalistas, personalidades políticas, estudantes e outros dentro da Turquia”, informou a plataforma em um comunicado. “Acreditamos que esta decisão do governo turno não apenas é ilegal, mas também impede que milhões de usuários turcos tenham acesso à informação e ao debate político em seu país”, acrescentou o X. Centenas de pessoas foram detidas em pelo menos nove cidades durante os protestos, segundo as autoridades.

Imamoglu foi transferido para a prisão de Silivri, a oeste de Istambul, junto com vários coacusados, informaram seu partido e meios de comunicação turcos. O prefeito, que denunciou desde o início acusações “imorais e sem fundamento” contra ele, também foi suspenso de suas funções neste domingo, anunciaram as autoridades. “Ekrem Imamoglu está a caminho da prisão, mas também da Presidência”, declarou o líder do CHP, Özgur Özel. Erdogan, que está no poder há mais de duas décadas – a princípio como primeiro-ministro e depois como presidente – prometeu, por sua vez, não ceder ao “terror da rua”. Imamoglu se tornou a pedra no sapato do chefe de Estado, quando arrebatou a prefeitura de Istambul do partido do presidente em 2019. O AKP, Partido da Justiça e do Desenvolvimento, ao qual pertence Erdogan, se manteve no poder na capital econômica do país por 25 anos.

*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula





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