Análise agora será no plenário físico; o voto do ministro vem depois dos pedidos de Moraes e Dino por 14 anos de prisão
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux pediu vista nesta 2ª feira (24.mar.2025) no julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, suspendendo a análise da sua condenação. O pedido é por mais tempo para averiguar o caso e, depois de 3 meses, liberar a avaliação do colegiado novamente.
Os ministros, até então, votavam para condenar Débora, de 39 anos, por ter pichado com batom a estátua “A Justiça” no 8 de Janeiro. Ela escreveu “perdeu, mané” –referência a uma frase dita por Roberto Barroso, presidente da Corte, em 2022 (leia mais abaixo).
Alexandre de Moraes (relator) votou na 6ª feira (21.mar) para condená-la a 14 anos de cadeia. Seu voto foi seguido pelo ministro Flávio Dino, que concordou com a dosimetria da pena. O julgamento se encerraria na 6ª feira (28.mar).

O voto do relator é para condenar a ré a todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria Geral da República). Os delitos são os mesmos atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos outros 33 acusados de tentarem um golpe de Estado em 2022. Leia a íntegra do voto (PDF – 4,5 MB).
São eles:
- associação criminosa armada;
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; e
- deterioração de patrimônio tombado.
ENTENDA
Débora Rodrigues dos Santos tornou-se ré pela 1ª Turma do STF em 9 de agosto de 2024, por unanimidade. O mesmo colegiado, agora, analisa a sua condenação até a 6ª feira (28.mar). A turma é formada por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
A mulher está presa preventivamente desde 17 de março de 2023, por ordem de Moraes. Tem 2 filhos.
Ela foi detida pela PF (Polícia Federal) na 8ª fase da operação Lesa Pátria, que tinha como alvo os participantes dos atos do 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, manifestantes depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Durante os atos extremistas, Débora foi fotografada pichando a estátua que fica em frente ao STF. Segundo a defesa, ela portava só um batom para fazer a pichação.
“PERDEU, MANÉ”
A frase escrita por Débora na estátua “A Justiça” foi dita por Roberto Barroso, presidente do STF, em novembro de 2022. À época, ele estava caminhando na Times Square, em Nova York, quando foi abordado por um brasileiro.
O brasileiro pergunta se Barroso vai “deixar o código-fonte [das urnas eletrônicas] ser exposto”. O presidente do Supremo responde: “Perdeu, mané, não amola”.
Assista ao vídeo de Barroso em Nova York (39s):