Após 40 dias no hospital Gemelli, em Roma, Papa Francisco recebeu alta neste domingo (23). O pontífice, de 88 anos, deixou a unidade médica usando cadeira de rodas e acenou para os fiéis que o aguardavam.
Internado desde 14 de fevereiro para tratar problemas respiratórios, ele foi diagnosticado com pneumonia dupla e uma infecção polimicrobiana. Durante o tratamento, teve um episódio de vômito com aspiração e precisou de ventilação mecânica não invasiva.
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Recuperação do Papa e cuidados médicos
Agora em casa, Francisco terá que seguir uma rotina de cuidados por pelo menos dois meses. Além disso, ele fará fisioterapia respiratória e exercícios de fonoaudiologia para recuperar a voz, afetada pelo longo período em que utilizou oxigênio de alto fluxo.
Segundo Sergio Alfieri, médico responsável pelo tratamento, o pontífice poderá retomar gradualmente suas atividades, mas adotando um ritmo mais tranquilo.
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Retorno ao Angelus e discurso sobre Gaza
Além disso, antes de deixar o hospital, Francisco participou da tradicional oração do Angelus, publicada pouco antes de sua aparição na sacada do hospital. No discurso, agradeceu aos profissionais de saúde e às pessoas que torceram por sua recuperação.
Ele também mencionou os novos bombardeios na Faixa de Gaza, demonstrando preocupação com a escalada do conflito.
Desde 9 de fevereiro, o papa não conduzia a oração do Angelus. Foram cinco semanas consecutivas sem a cerimônia, algo inédito desde o início de seu pontificado, em 2013.
Leia na íntegra do Angelus, divulgado pela Santa Sé:
“Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
A parábola que encontramos no Evangelho de hoje nos fala da paciência de Deus, que nos exorta a fazer de nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem de uma figueira estéril, que não produziu os frutos esperados e que, no entanto, o agricultor não quer cortar: deseja adubá-la mais uma vez para ver “se dará fruto no futuro” (Lc 13,9). Esse agricultor paciente é o Senhor, que trabalha com zelo o terreno de nossa vida e aguarda confiante o nosso retorno a Ele.
Neste longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares dos doentes. Essa paciência confiante, ancorada no amor de Deus que nunca falha, é verdadeiramente necessária à nossa vida, especialmente para enfrentar as situações mais difíceis e dolorosas.
Entristece-me a retomada dos pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantas mortes e feridos. Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertos e se alcance um cessar-fogo definitivo. Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional.
Alegra-me, por outro lado, que a Armênia e o Azerbaijão tenham acordado o texto definitivo do Acordo de Paz. Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim, contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso.
Com tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes muito! Eu também rezo por vocês. E juntos imploramos pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo.
Que a Virgem Maria nos proteja e continue a nos acompanhar no caminho rumo à Páscoa.”