Masp abre prédio com 5 exposições e controvérsia urbanística

Masp abre prédio com 5 exposições e controvérsia urbanística


Edifício Pietro Maria Bardi, com 7.821 metros quadrados, custou R$ 250 milhões; área de exposição aumenta 66%

O Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) irá inaugurar 5 exposições em seu novo prédio na 6ª feira (28.mar.2025). O edifício Pietro Maria Bardi, alvo de controvérsias e críticas devido ao seu projeto arquitetônico, tem uma área de 7.821 metros quadrados distribuídos em 14 andares.

A obra, que custou cerca de R$ 250 milhões, aumenta em 66% a área de exposição do acervo e introduz novos espaços para o prédio original, projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992). A construção foi totalmente financiada pelo setor privado, via doações de mais de 20 famílias.

Paulo Vicelli, diretor de experiência e comunicação do Masp, contou ao Poder360 que a ideia do projeto surgiu há mais de 10 anos, motivada pelo propósito de oferecer ao público espaços de maior produção artística.

O edifício, nomeado em homenagem ao marido da arquiteta, Pietro Maria Bardi (1900-1999), conta com um laboratório de restauração, aberto ao público, e com espaço de escola para os cursos livres pagos oferecidos pelo museu. Além disso, o museu planeja concluir no 2º semestre uma passagem subterrânea entre os 2 prédios, facilitando a circulação de visitantes.

EXPOSIÇÕES

A exposição inaugural do novo prédio Cinco ensaios sobre o Masp” inclui temas relacionados à história e essência do museu. As mostras, de acordo com Vicelli, são temporárias. Elas vão ser exibidas de 4 a 5 meses.

A videoinstalação “Isaac Julien: Lina Bo Bardi —um maravilhoso emaranhado”, uma gravação de 2018, conta com as participações das atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro –que interpretam a arquiteta em diferentes fases da vida.

A curadoria do museu também planeja exibir um conjunto de 13 telas do pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Além disso, serão expostos conjuntos como “Artes da África”, que destaca peças do século 20 da África Ocidental.

“São exposições que conversam com o acervo e com as obras que estão no acervo do museu. Tem uma 1ª exposição que conta a história do Masp, desde a sua fundação. Então, é uma exposição histórica importante”, explica Paulo Vicelli.

Veja fotos do edifício Pietro, extensão do Masp

ENTRE CRÍTICAS E ELOGIOS

Mesmo antes de sua inauguração, o edifício Pietro Maria Bardi foi alvo de críticas e elogios nas redes sociais. O projeto, caracterizado pela estrutura monocromática em preto, não passou despercebido, principalmente devido ao contraste com a construção original da avenida Paulista.

Em tom de humor, usuários do X (ex-Twitter) compararam o prédio a uma unidade central de processamento de computador. Entre os paulistanos, a construção ficou conhecida como “a CPU da avenida Paulista”.

Vicelli garante que o museu recebe as críticas com bom-humor. Na opinião do diretor de experiência, as opiniões divergentes são bem-vindas como forma de incentivar o debate sobre a arquitetura e a arte.

“Eu acho super importante que as pessoas debatam a arquitetura, debatam o que gostam, o que não gostam. Isso é muito importante que ganhe o debate público. Então eu fico muito feliz que isso está acontecendo. E gosto é gosto”, diz.

“O prédio da Lina Bo Bardi, quando ela inaugurou, deve ter causado um bom estranhamento e dividido bastante opiniões naquela época. Hoje, é o ícone da cidade de São Paulo, um dos símbolos máximos da arquitetura brutalista no mundo. Então, eu acho que a gente tem que dar um tempo para o edifício novo também ser lido e ser entendido pelas gerações futuras”, defende o diretor.





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