Em discurso, a atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento disse a escolha se deu por “unanimidade”
A ex-presidente Dilma Rousseff disse neste domingo (23.mar.2025) que foi reeleita para um mandato de 5 anos a frente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês). Segundo a atual líder do Banco dos Brics, a aprovação para o cargo foi por “unanimidade”. O mandato terminaria em 6 de julho deste ano.
A confirmação se deu durante a reunião anual do Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim. A Rússia já manifestou apoio à reeleição da Dilma no comando do Banco, visto que o líder russo, Vladimir Putin, elogiou o trabalho e as “realizações” da ex-presidente brasileira.
Durante o evento na capital chinesa, Dilma também confirmou o avanço de projetos do Brasil com o governo chinês. A presidente do Banco destacou a ferrovia transoceânica, um plano que serviria para cortar custos de exportação entre os 2 países.
No discurso, Dilma falou sobre a cooperação do governo Xi Jinping com outros países, e elogiou a administração econômica da China. A ex-presidente do Brasil reafirmou a necessidade de desenvolvimento do “sul global” e citou o caso de empresas chinesas, como o DeepSeek, que são capazes de competir “com seus pares globais”.
“Não é fácil tirar tantas pessoas da pobreza e, como sei que no meu próprio país, o Brasil, estamos tentando fazer o mesmo, não é fácil. Igualmente impressionante é a transformação da China de fábrica do mundo para um planalto de inovação, e gradualmente se desenvolvendo em um líder global em ciência, tecnologia e inovação”, disse a presidente do NDB.
CRÍTICAS
Apesar da reeleição, Dilma tem sido alvo de críticas internas no NBD e acusações de assédio moral. Sob Dilma, o Banco também piorou as relações internacionais com os Estados Unidos, principalmente depois da eleição do presidente Donald Trump (republicano).
O maior ponto de crítica quanto do Banco dos Brics é a criação de uma moeda única do bloco. A organização, junto a autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desejam reduzir a dependência do dólar com a nova forma de transação entre os países-membros.
O governo norte-americano, entretanto, ameaçou taxar os Brics em 100% caso o comando econômico do bloco levasse a ideia adiante.