Também de acordo com o Times of Israel, a agência de segurança interna distribuiu uma carta de Bar ao gabinete, justificando sua ausência na reunião.
“Minha decisão de não comparecer à reunião do governo decorre exclusivamente do meu entendimento de que essa é uma discussão que não está de acordo com as disposições da lei e as regras relativas à rescisão do mandato de qualquer funcionário, muito menos de um que ocupe um cargo sênior, e o cargo de chefe do Shin Bet”, disse.
Na carta, Bar declarou que uma decisão desse tipo merecia um processo com a apresentação de documentos relevantes para sustentar as alegações de parte a parte e não o que chamou de “processo aparentemente premeditado, cujo resultado é pré-determinado”.
O chefe de segurança fez críticas a “alegações infundadas” do governo, que, segundo ele, “nada mais são que um disfarce para encobrir motivos completamente diferentes, estranhos e fundamentalmente improcedentes feitos para prejudicar a capacidade do Shin Bet de cumprir o seu papel”.
Bar afirmou que Netanyahu tomava medidas que enfraqueceriam o país “internamente e contra seus inimigos”. Acrescentou que ele e o premiê trabalharam juntos, com sucesso, para trazer os reféns de volta. Por isso, não entendia o sentido de Netanyahu insistir que não havia confiança entre ambos, “exceto se a intenção real” da demissão “fosse negociar sem chegar a um acordo”.
Bar citou o que chamou de “Qatargate”, uma investigação “complexa, extensiva e altamente sensível” sobre o envolvimento do Qatar no gabinete do primeiro-ministro. O chefe do Shin Bet disse que concluir as investigações constituía um dever público e defendeu a criação de uma comissão de inquérito para apurar as falhas que permitiram o 7 de Outubro.
Em resposta, uma autoridade israelense criticou a ausência de Bar na reunião, dizendo que ele tem “medo de dar respostas” por não ter feito nada para impedir os ataques do Hamas.
De acordo com uma pesquisa de opinião realizada pelo Channel 12, 51% dos israelenses são contrários à demissão de Bar, contra 32% que a apoiam. Além disso, 46% dizem confiar mais em Bar do que em Netanyahu, enquanto 32% afirmam confiar mais no primeiro-ministro.