Levantamento do projeto Mais Pelo Jornalismo afirmou que 10.795 veículos foram criados no período; saldo dos últimos 10 anos é negativo
Um levantamento divulgado em março deste ano mostrou que o Brasil perdeu 2.352 mídias jornalísticas em 10 anos, no período de 2014 a 2024. A contagem foi realizada pelo projeto MPJ (Mais pelo Jornalismo) por meio do cadastro de mailings de imprensa da I’Max.
A coleta considerou mídias impressas, rádios, TVs e portais de notícias. No período, segundo os dados, foram criados 10.795 veículos, enquanto 13.147 foram extintos.
Desde o início da série histórica, o pior resultado ocorreu em 2021, com saldo negativo de 1.716 veículos. Naquele ano, 2.405 mídias jornalísticas foram removidas e apenas 689 criadas. Uma das razões para o número, segundo a CEO do I’Max e idealizadora do MPJ, Fernanda Lara, teria sido pandemia. “Os anos de 2021 e de 2022 tiveram os resultados negativos mais expressivos. A partir de então, vemos uma recuperação”, afirmou, em nota.
O cenário, no entanto, tem melhorado: os dois últimos anos tiveram mais veículos criados do que extintos. O ano de 2024 atingiu o maior número de veículos fundados: 1577. Também foi ano com menos mídias fechadas.
“Apesar dessa leve recuperação, o déficit permanece bem mais elevado do que tínhamos em 2020, quando o acumulado estava em 1.429”, afirmou Fernanda.
O estudo também divulgou que 1.248 estações de rádios de cidades com até 100 mil habitantes não possuem portal de notícias, o equivalente a 58% das 2,4 mil estações analisadas. Entre os veículos de mídia escrita, 214 de 1000 não tinham site próprio.