Fundo busca captar R$ 1 bi para apoiar produtores de cacau

Fundo busca captar R$ 1 bi para apoiar produtores de cacau


O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) Kawá está sendo lançado com o objetivo de atingir R$ 1 bilhão até 2030. Destinado a financiar a agricultura familiar da cadeia do cacau, o fundo é uma colaboração entre o Instituto Arapyaú, a Violet, a ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário e a MOV Investimentos.

Com um capital inicial de R$ 30 milhões, o fundo adota o modelo de blended finance, combinando recursos filantrópicos, do mercado financeiro e públicos, visando a promover o desenvolvimento sustentável nesse setor.

O fundo pretende beneficiar inicialmente 1200 agricultores nos Estados da Bahia e do Pará. A quantia inicial representa quase o triplo do financiamento público destinado à cultura do cacau em 2023 pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“Com o Kawá, queremos ampliar a escala de impactos econômicos, sociais e ambientais positivos, atraindo investidores de maior porte para destravar modelos produtivos que façam uso sustentável do solo e gerem renda para quem mais precisa e quem conserva a floresta”, afirmou Vinicius Ahmar, gerente de bioeconomia do Instituto Arapyaú.

A estrutura do Fiagro Kawá inclui a participação da VERT, responsável pela administração do fundo, e da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). A iniciativa também conta com a Enabling Conditions Facility (ECF), coordenada pela Violet, dedicada ao financiamento da assistência técnica aos agricultores. A assistência técnica será providenciada pela Fundação Solidaridad, pelo Ciapra e pela Polímatas Soluções Agrícolas e Ambientais, com custeio da Suzano. Na Bahia, a Tabôa também oferecerá assistência técnica e originação do crédito.

O Fiagro Kawá adota uma metodologia de concessão de crédito desenvolvida pela Tabôa desde 2017, que já resultou em mais de 1.000 financiamentos, totalizando R$ 16 milhões. Roberto Vilela, diretor-executivo da Tabôa, explicou que esta abordagem aumentou a produtividade e reduziu a inadimplência, ao mesmo tempo em que ofereceu assistência técnica rural.

Além disso, a iniciativa contempla a comercialização de créditos de carbono, gerados pelo incremento na produção em sistemas agroflorestais, conhecidos na região Sul da Bahia como cabruca. Esses sistemas são capazes de estocar o dobro de carbono por hectare em comparação com o cacau plantado a pleno sol, representando uma oportunidade significativa para a mitigação das mudanças climáticas.





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