O portal LeoDias conversou com Artur Costa, psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC)
O Dia Mundial da Síndrome de Down é observado nesta sexta-feira (21/3), e o portal LeoDias conversou com o psicanalista Artur Costa, que deu dicas de como ajudar na criação de filhos que nasceram com a condição.
O psicanalista fala sobre os cuidados diferenciados que uma criança com Síndrome de Down precisa ter: “Cuidar de uma criança com Síndrome de Down vai muito além de questões médicas. Ela precisa ser vista antes de tudo como uma criança, com sonhos, sentimentos e potencial. O que muda são alguns cuidados extras: o acompanhamento com profissionais como fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos ajuda bastante no desenvolvimento da fala, da coordenação e da autoestima. Mas o principal é o amor, a paciência e o estímulo diário. Ela precisa ser encorajada, respeitada no seu tempo, e acima de tudo, acolhida como parte ativa da família e da sociedade”.
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Dr. Artur explica como fazer com que os pequenos não se sintam diferentes de crianças que não possuam a condição.
“O segredo está na forma como ela é tratada. Quando a família e a escola criam um ambiente de afeto, respeito e inclusão, ela entende que faz parte, e isso faz toda a diferença. Não é sobre esconder as diferenças, mas sobre mostrar que todo mundo é diferente em algum aspecto. Valorizar as habilidades dela, permitir que participe das atividades com os outros, e não superproteger demais são formas de dizer: ‘Você é capaz’. Isso fortalece a autoestima e evita aquele sentimento de exclusão que tanto machuca”.
Um dia os jovens crescem, e o médico diz como prepará-los para a jornada no mundo adulto: “Preparar esse jovem para a vida adulta começa desde a infância. Cada pequeno gesto de independência, como escolher a própria roupa, ajudar nas tarefas de casa, aprender a lidar com dinheiro, já é um passo importante. Ao longo do tempo, é essencial ensinar responsabilidade e, ao mesmo tempo, estar por perto para dar suporte emocional. Quando possível, incluir em cursos, oficinas e até no mercado de trabalho. O mais bonito é ver que, com apoio e oportunidade, eles florescem. O papel da família é equilibrar proteção com liberdade, sempre acreditando no potencial que existe ali”.