Brasil registra queda de 2% na superfície de água em 2024

Brasil registra queda de 2% na superfície de água em 2024


Relatório do MapBiomas destaca redução abaixo da média histórica e aponta secas como principal causa

O MapBiomas Água divulgou, na 5ª feira (20.mar.2025), um estudo que mostra uma redução na superfície de água do Brasil em 2024. O país registrou 17,9 milhões de hectares cobertos por água, marcando uma diminuição de 2% em relação a 2023. Essa queda também representa um declínio de 4% em comparação com a média da série histórica que começou em 1985. A análise indica uma tendência de queda na superfície de água desde 2009, com 2022 sendo o único ano a registrar um aumento.

Os resultados serão detalhados em um evento online transmitido pelo YouTube nesta 6ª feira (21.mar.2025). Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água, destacou a influência da ocupação e uso da terra, além de eventos climáticos extremos, como fatores que contribuem para a redução hídrica. Ele enfatizou a necessidade de políticas públicas e estratégias de gestão hídrica adaptativas para reverter essa tendência.

O estudo também aponta uma distribuição desigual da superfície de água no país. Mais da metade está na Amazônia, que abriga apenas 4,2 milhões de brasileiros. Em contraste, a Caatinga, com 32 milhões de habitantes, possui menos de 1 milhão de hectares de superfície de água. O Pantanal é o bioma com a menor superfície de água, totalizando 366 mil hectares, e apresentou a maior redução em relação à média histórica, com uma diminuição de 61%.

A Amazônia enfrentou uma seca extrema no último ano, com uma queda de 3,6% na extensão de água. Carlos Souza Jr. observou dois anos consecutivos de secas extremas na região. Por outro lado, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica registraram superfícies de água acima da média. Diêgo Costa mencionou um ciclo de cheias na Caatinga, iniciado entre 2018 e 2019, mas alertou para áreas com secas recorrentes.

No Cerrado, a transformação na superfície de água é marcada pela inversão entre corpos de água naturais e artificiais. Joaquim Pereira, pesquisador do IPAM e do MapBiomas Água, destacou a construção de grandes reservatórios e a expansão da agricultura irrigada como principais fatores dessa mudança. O Pampa, apesar de enfrentar eventos climáticos extremos, manteve sua superfície de água estável, apenas 0,3% abaixo da média histórica.


Com informações da Agência Brasil.





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