PL vai esperar Motta voltar de viagem para pressionar por anistia

PL vai esperar Motta voltar de viagem para pressionar por anistia


Líder do partido, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que não irá dar “golpe” no presidente da Câmara

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), disseram que vão esperar o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) voltar de viagem para pressionar pela votação do projeto que dá anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. 

Durante a reunião de líderes realizada nesta 5ª feira (20.mar.2025), Sóstenes perguntou a Motta se ele prefere que o projeto seja discutido por meio da comissão especial ou por requerimento de urgência. Não recebeu uma resposta.

O presidente deixou a reunião no colégio de líderes quando o assunto surgiu porque tinha um compromisso. Ele deixou a sala e seguiu para o gabinete do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e de lá foi embora da Casa. 

A pergunta foi feita na frente dos outros líderes durante a reunião. Antes de Motta interromper, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), chegou a se manifestar contra o projeto. Mas quando o presidente saiu, o assunto mudou para a pauta da próxima semana.

Com Motta fora, a Câmara irá focar em projetos relacionados às mulheres. Ele vai ao Japão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de 24 a 27 de março. 

Com isso, a Câmara fica sob o comando de Altineu, que é o 1º vice-presidente da Casa e já foi líder da bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, Altineu e Sóstenes negam que irão aproveitar a ausência de Motta para pautar o projeto.

“Hugo Motta não estará aqui na semana que vem, com respeito à sua ausência nós vamos esperar ele voltar e ele terá a decisão. Seja qual for a decisão dele, nós respeitaremos porque ele é o presidente de todos nós”, disse Sóstenes a jornalistas.

De acordo com o líder, se depois da volta de Motta a decisão não for tomada “o PL entrará em obstrução na Casa”. Sóstenes espera por uma conversa com o presidente da Câmara na 6ª feira (21.mar).

O líder espera que Motta diga antes da viagem qual mecanismo prefere: urgência ou comissão especial. Entenda:

  • comissão especial: o projeto caminhava para ser aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em 2024, mas foi para uma comissão especial, por determinação de Lira, o que foi considerado uma derrota para a oposição. Agora, o PL conta com clima favorável da Casa para aprovar tanto na comissão como no plenário sem dificuldades.
  • urgência: trata-se de um regime de votação na Câmara que permite que um projeto seja aprovado em plenário sem precisar passar por comissões. Para isso, Sóstenes precisa apresentar um requerimento na reunião de líderes e tem de ter a assinatura dos partidos que representam ⅓ da Casa, ou seja, ao menos 171 deputados. Depois disso, o requerimento é votado no plenário e, a partir daí, o projeto pode ser colocado para votação a qualquer momento.

VOTOS

Para o projeto ser aprovado no plenário, são necessários 257 votos no mínimo –maioria absoluta da Casa. O PL está com a confiança de que já tem o apoio necessário.

Sóstenes disse que o projeto de lei da anistia é a prioridade do partido a partir de agora, mas não passarão por cima de Motta.

“O PL não tem característica de se fazer de mecanismos não legislativos para que a gente dê golpe no presidente da Câmara. Não vamos fazer nada na ausência de Motta em relação à anistia, mas a partir da chegada dele, não abriremos mão”, declarou.

Altineu disse que nada será pautado na ausência de Motta. “Nós temos compromisso de lealdade e de responsabilidade institucional aqui, isso é uma coisa absolutamente clara. Quando houver maioria, essa reunião de líderes será feita presidida pelo presidente Hugo Motta, e isso (apresentação do requerimento) vai acontecer”, declarou.





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