Ministra pede R$ 30.000 por danos morais depois do deputado sugerir que Lula a “ofereceu” a líderes do Congresso
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, entrou com uma queixa-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), por difamação e injúria.
Em 12 de março, o congressista afirmou em publicação no (ex-Twitter) que Gleisi teria sido oferecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), “como um cafetão oferece uma GP [garota de programa]”. Depois da repercussão negativa, o deputado afirmou que sua intenção era defender a ministra, acusando Lula de desrespeitá-la.
Na petição ao STF, a defesa de Gleisi afirma que Gayer distorceu uma fala de Lula para atacar a ministra com declarações de teor misógino. Os advogados alegam ainda que a ampla repercussão da publicação, que teve milhares de visualizações e compartilhamentos, intensificou os danos à honra e imagem pública da petista.
“A publicação em questão foi publicada no perfil do querelado, o qual consta com mais de 1,3 milhões de seguidores, de maneira que somente essa postagem já conta com mais de 534 visualizações e 4 mil compartilhamentos somente na rede social X, sem considerar o potencial de compartilhamento em outras redes sociais, haja vista que o conteúdo impugnado foi lançado ao público amplo”, diz trecho da queixa-crime ao qual o Poder360 teve acesso.
Os advogados de Gleisi Hoffmann pedem que Gustavo Gayer seja condenado pelos crimes de difamação e injúria, além do pagamento da indenização de R$ 30.000 por danos morais.
“Nesse sentido, é notório que o querelado atuou com consciência e vontade de atingir a honra e a reputação da querelante. Dado esse contexto, nota-se que o querelado buscou promover conscientemente uma clara difusão de um discurso de ódio, ofensivo e degradante, com o intuito de constranger e humilhar a senhora Gleisi Hoffmann”, afirma.
Notícia-crime
Além da queixa-crime no STF, Gleisi também apresentou uma notícia-crime à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Gustavo Gayer. A ministra pede a abertura de um inquérito para investigar se o deputado cometeu violência política de gênero.
Os advogados de Gleisi alegam que Gayer fez declarações misóginas e ofensivas contra a ministra, reforçando os mesmos argumentos apresentados na ação no Supremo.
O OUTRO LADO
O Poder360 procurou a assessoria de Gustavo Gayer para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da queixa-crime e da notícia crime. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.
ENTENDA
As postagens de Gayer foram feitas em resposta a uma declaração de Lula, que afirmou ter escolhido uma “mulher bonita” para ter boa relação com o Congresso.
Gleisi Hoffmann assumiu o órgão responsável pela articulação política do governo com a saída de Alexandre Padilha do cargo, que virou titular da Saúde.
Em outro tweet, o deputado do PL escreveu: “Me veio a imagem da @gleisi, @lindberghfarias e o @davialcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo!”. A publicação foi apagada.
O deputado publicou no X na 5ª feira (13.mar) um texto em que afirmou que foi o “único” congressista de direita a “sair em defesa de Gleisi” depois da fala de Lula.