Entre os acusados estão Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, e Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou na 3ª feira (18.mar.2025) o julgamento do 2º grupo de denunciados pela suposta tentativa de golpe de Estado. Entre eles, estão Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), e Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a liberação de Alexandre de Moraes, cabe agora ao ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do STF, definir a data do julgamento, já que ele é o responsável por organizar o calendário de sessões do colegiado encarregado do caso.
Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), o grupo teria sido o responsável por “gerenciar” as operações do grupo formado por 34 pessoas, dentre elas Bolsonaro.
Eis os integrantes do núcleo 2:
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro;
- Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel do Exército;
- Mario Fernandes, general da reserva e ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro;
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal);
- Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF (Polícia Federal) e ex-subsecretária de Inteligência da SSP (Secretaria de Segurança Pública); e
- Fernando De Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da SSP.
PAPÉIS DOS ACUSADOS DO NÚCLEO 2
O ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins teria sido responsável por editar a chamada “minuta golpista” e apresentar os seus “fundamentos jurídicos” ao alto escalão das Forças Armadas em reunião em 7 de dezembro de 2022.
Outro ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara, em conjunto com Mario Fernandes, ficou responsável por “coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas”, segundo a denúncia.
Fernandes também teria sido interlocutor dos manifestantes acampados em quartéis no fim de 2022 e pressionado o então comandante do Exército, Freire Gomes, a aderir ao golpe.
A defesa de Câmara afirmou ter feito o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, mas disse que a ação não se deu de forma ilegal, tendo o coronel usado fontes abertas.
De acordo com Gonet, “Silvinei Vasques, Marília Ferreira de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder”. Eles teriam atuado no 2º turno das eleições de 2022, organizando blitzes, para impedir que eleitores de Lula chegassem às urnas.