Crime teria sido motivado por vingança e interesses financeiros; Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro de 2024
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou à Justiça nesta 2ª feira (17.mar.2025) os 6 acusados de participar da morte do delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) Antônio Vinicius Lopes Gritzbach. Ele foi morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 8 de novembro de 2024.
Os suspeitos também responderão pela morte de um motorista de aplicativo que estava no local e foi atingido pelos disparos. A pena pode chegar até 100 anos de prisão.
O Ministério Público solicitou que a prisão dos envolvidos seja convertida de temporária para preventiva. Dos 6 acusados, 3 estão foragidos. Os policiais estão presos no Presídio Militar Romão Gomes.
Eis os 6 envolvidos no crime:
- Emílio Carlos Gongorra Castilho (Cigarreira): líder do PCC e mandante do crime;
- Diego dos Santos Amaral (Didi): líder do PCC e mandante do crime;
- Kauê do Amaral Coelho: olheiro do crime e primo de Emílio;
- Fernando Genauro: policial militar e executor do crime;
- Denis Antonio Martins: policial militar e executor do crime; e
- Ruan Silva Rodrigues: policial militar e executor do crime.
O órgão também pediu uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, R$ 20.000 para família das pessoas que foram atingidas por estilhaços no dia do crime e R$ 100.000 pelas mortes.
MOTIVAÇÃO DO CRIME
Na denúncia, o MP-SP afirma que a morte de Gritzbach se deu por desavenças relacionadas à “lavagem de dinheiro” e vingança por mortes de integrantes do PCC.
Já os policiais teriam agido por “motivo torpe, consistente na promessa de recompensa para a execução e participação no crime, respectivamente, agindo como verdadeiros mercenários e matadores de aluguel”.
HISTÓRICO
Gritzbach era réu por homicídio e acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a organização criminosa PCC.
No ano passado, ele havia assinado uma delação premiada com o Ministério Público, fornecendo o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusando policiais de corrupção.
Até este momento, 26 pessoas já foram presas por envolvimento no caso, sendo 17 policiais militares e 5 policiais civis.
Outras 4 pessoas presas são suspeitas de ter alguma relação com o homem apontado como integrante da facção criminosa e que teria atuado como “olheiro” no dia do crime.
Há cerca de 1 mês, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) deflagrou uma operação para cumprir mandados judiciais contra os envolvidos na morte do delator.
Em janeiro, a Corregedoria da Polícia Militar deflagrou uma operação contra policiais militares suspeitos de envolvimento no caso. Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 7 de busca e apreensão.