O profissional esclareceu que a empresa estava sendo avisada sobre os riscos de colocar a aeronave no ar
A situação da Voepass aparentemente já estava bastante complicada desde antes da tragédia que aconteceu em agosto de 2024, quando um avião ATR-72-500 da companhia aérea caiu em Vinhedo. Um mecânico que trabalhou na empresa resolveu se pronunciar e alegou que ele e outro colegas haviam avisado sobre os problemas.
Na última terça-feira (11/3), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações da empresa. O Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) investigou o acidente e apontou, em relatório preliminar, que havia muita formação de gelo e que a aeronave precisou baixar para tentar derreter o acúmulo.
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Os profissionais também entenderam que os sistemas responsáveis por retirar esse gelo não funcionaram, levando à perda de sustentação. Em entrevista ao Fantástico, o mecânico relatou que a Voepass não dava suporte adequado aos funcionários da manutenção, tanto em materiais quanto em ferramentas.
“Passei por grandes empresas, empresas boas, empresas excelentes. Quando chegamos na Voepass, a gente sente uma diferença muito grande”, pontuou. Logo depois, o homem foi questionado sobre sua reação ao saber da queda do avião em Vinhedo e confirmou que já imaginava algo do tipo.
“Eu já sabia que ia acontecer isso com o Papa Bravo [apelido da aeronave]. Era o avião que dava mais problemas, era o avião que mais apresentava pane. A gente avisava que o avião estava ruim, a manutenção sabia que o avião estava ruim, a manutenção reportava, falava, avisava, e eles queriam obrigar a gente a botar o avião para voar”, expôs.