Ministério do Esporte quer barrar verbas federais de clubes que não combatem o racismo

Ministério do Esporte quer barrar verbas federais de clubes que não combatem o racismo


Medida enviada à Casa Civil busca tornar mais rigorosa a luta contra a discriminação no esporte

O Ministério do Esporte solicitou à Casa Civil uma mudança na Lei Geral do Esporte para condicionar o repasse de recursos federais a clubes, federações e confederações que adotem medidas efetivas contra o racismo. A proposta prevê a suspensão dos repasses para entidades que não apresentarem ações concretas de combate à discriminação racial.

Durante um evento em Vitória, na última quarta-feira (12/3), onde participou da inauguração de novos espaços esportivos, o ministro do Esporte, André Fufuca, detalhou a proposta e destacou a necessidade de medidas mais rígidas para enfrentar o problema.

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Luighi, jogador do Palmeiras, chora após ataques racistasReprodução/Instagram


“A gente fez ontem [terça-feira] uma solicitação à Casa Civil para que haja uma alteração no que diz respeito à Lei Geral do Esporte, lei que temos como parâmetro para o repasse dos recursos federais às confederações, federações e clubes. A gente sugere que todos aqueles clubes, federações ou confederações que não façam nada para coibir, e que não tenham ações práticas contra o racismo, tenham o repasse de recursos federais suspensos”, afirmou Fufuca, em entrevista ao portal A Gazeta.

A iniciativa surgiu após o episódio de racismo contra o atacante Luighi, do Palmeiras, durante a partida contra o Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20. O Ministério do Esporte já havia se manifestado cobrando investigações da Conmebol e reforçou que a discriminação racial não se limita a casos internacionais, mas também ocorre de forma recorrente no Brasil.

“Essa é uma medida dura, firme, mas que ajuda muito no combate ao racismo. Até porque é um absurdo o que a gente vê hoje. O caso do Luighi é um caso absurdo, mas igual a esse tem vários casos que acontecem todos os dias e a gente não vê ação de quem pode fazer algo”, acrescentou o ministro.

Fufuca ressaltou que a luta contra o racismo exige ações concretas e que a nova proposta visa pressionar as entidades esportivas a assumirem uma postura mais ativa.

“Então, pensando nisso, a gente entrou com essa solicitação de mudança porque eu acredito que é um passo importante no combate a uma prática que já deveria ter sido abolida há muito tempo. E infelizmente ainda há pessoas, em pleno ano de 2025, que têm isso como natural”, concluiu.

A solicitação será analisada pela Casa Civil, e, caso aprovada, pode representar uma mudança significativa na relação entre financiamento público e políticas antirracistas no esporte brasileiro.



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