Congresso em Foco

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O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) provocou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), ao comparar a namorada do petista, a ministra Gleisi Hoffmann, a uma “GP”, termo usado para se referir a garota de programa, e o presidente Lula, a um “cafetão”. Gayer fez o comentário no X, marcando o perfil de Lindbergh, ou seja, direcionando a ele mensagem. “Canalha, vagabundo e assassino. (Não vale gastar mais do que isso com tipos como você)”, respondeu Lindbergh. 

A declaração de Gayer também foi repudiada pela bancada feminina do PT no Congresso e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Em evento no Palácio do Planalto, nessa quarta-feira (12), Lula afirmou que nomeou uma “mulher bonita”, Gleisi, para facilitar a articulação com o Congresso. A fala repecutiu mal inclusive entre aliados e aliadas do governo, que a consideraram machista.

José Guimarães anunciou que vai entrar com representação no Conselho de Ética contra Gayer por quebra de decoro parlamentar. “Tendo em vista a gravidade desse fato, vou requerer ao presidente Hugo Motta e a todos os líderes dos partidos desta Casa, o apoio necessário para que seja aberto processo no Conselho de Ética, a fim de apurar e punir o desonroso parlamentar”, anunciou o líder.

Ao chamar o deputado do PL de assassino, Lindbergh faz alusão ao processo de homicídio pelo qual ele respondeu após se envolver em um acidente automobilístico em 2000. O acidente resultou na morte de duas pessoas, deixando uma terceira paraplégica. Gayer foi acusado de dirigir embrigado. O processo, no entanto, prescreveu. Gayer alega que foi vítima do acidente.

Em outubro, o deputado foi alvo de uma operação da Polícia Federal que o apontou como a “peça central” de um esquema para desviar verbas parlamentares para benefício particular.

Lindbergh saiu em defesa da namorada, a ministra Gleisi Hoffmann

Lindbergh saiu em defesa da namorada, a ministra Gleisi HoffmannPedro Ladeira/Folhapress

Assista ao vídeo com a fala de Lula sobre Gleisi:

Veja a nota divulgada pela Secretaria Nacional da Mulher e pelas bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado:

“É inaceitável que um parlamentar use suas redes sociais para disseminar misoginia, ataques pessoais e insinuações ofensivas, especialmente contra uma ministra de Estado.

As declarações do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não só desrespeitam as mulheres na política, como também reforçam discursos machistas, misóginos e violentos que precisamos combater diariamente. O parlamento não pode compactuar com esse tipo de violência.

Aprovamos a lei 14.192/21 nesta Casa, a qual foi promulgada a partir do entendimento de que a violência política de gênero não deve ser tolerada na mais alta expressão da representatividade política.

Ter um representante com esse tipo de postura é uma vergonha para o Parlamento brasileiro. A tentativa de desqualificar mulheres por meio de insinuações sexistas não é apenas um ataque à sua dignidade, mas também um atentado contra todas que lutam por espaço e respeito na sociedade. O machismo na política é uma ferramenta histórica de silenciamento e intimidação, e não podemos normalizá-lo.

As bancadas femininas do PT na Câmara e no Senado e a Secretaria Nacional de Mulheres do PT repudiam veementemente o inaceitável comportamento do deputado do PL e reafirmam o seu compromisso com uma política baseada no respeito, na ética e na igualdade de gênero.

O parlamentar assim como qualquer outro que tenha o mesmo tipo de atitude não pode ficar impune. Por todas as mulheres brasileiras, exigimos respeito!

Brasília, 12 de março de 2025.

Bancadas Femininas do PT na Câmara e no Senado e Secretaria Nacional de Mulheres do PT”





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