“Beleza Fatal” conquistou o público ao apostar no que há de mais essencial na teledramaturgia: uma história envolvente, vilões carismáticos, mocinhos decididos e uma trama de vingança sem grandes invenções. Em um tempo em que muitas novelas tentam inovar ou trazer estruturas narrativas mais experimentais, a produção da Max não tenta reinventar a roda. Pelo contrário, ela entrega exatamente aquilo que o público espera de um bom folhetim.
Como toda novela de sucesso, “Beleza Fatal” não tem medo de exagerar. A trama traz reviravoltas surpreendentes e até grotescas, como médicos e uma secretária se livrando do corpo de uma paciente em um terreno baldio, algo completamente absurdo do ponto de vista realista, mas que funciona dentro do universo da novela. Essas situações improváveis são um dos combustíveis da história, algo que já vimos em tramas de Walcyr Carrasco, Aguinaldo Silva e Gloria Perez, mestres da novela popular.
O segredo do sucesso da novela está justamente na sua capacidade de equilibrar o exagero e o entretenimento. O público compra a história porque, mesmo com absurdos, a narrativa é envolvente e coerente dentro do universo criado.
Outro ponto forte de “Beleza Fatal” é a definição clara dos papéis de mocinhos e vilões. Em um momento em que muitas novelas apostam em personagens ambíguos, a trama vai pelo caminho contrário: o bem e o mal estão bem delimitados, e há poucas surpresas nesse sentido.
A vilã se destaca por ser divertida, carismática e extremamente atual, enquanto a mocinha não se limita a sofrer – ela age, luta e busca sua vingança sem ficar chorando pelos cantos. Essa abordagem deixa a trama dinâmica e faz com que o público torça ativamente pelos personagens.
Além de sua estrutura clássica, “Beleza Fatal” tem um grande trunfo: é uma novela curta, com apenas 40 capítulos. Isso significa que a trama se desenvolve sem as famosas “barrigas” – aqueles momentos de enrolação típicos das novelas mais longas. Aqui, tudo acontece de forma rápida e direta, garantindo que o espectador esteja sempre envolvido e sem tempo para se cansar da história.
O sucesso de “Beleza Fatal” se explica pela sua proposta clara: é uma novela para quem gosta de novela. Com uma trama ágil, vilões icônicos, mocinhos decididos e reviravoltas absurdas e eletrizantes, a produção acerta ao entregar um entretenimento clássico, bem feito e envolvente.
Em um cenário onde muitas produções tentam inovar sem necessidade, “Beleza Fatal” – que também está sendo exibida diariamente na Band, às 20h30m- prova que, quando bem executado, o folhetim tradicional ainda é imbatível.