O líder supremo do país, Ali Khamenei, declarou que o governo iraniano não deseja guerra, mas retaliação será “decisiva” se os EUA “fizerem algo errado”
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse nesta 4ª feira (12.mar.2025) que a proposta norte-americana sobre armas nucleares é uma “farsa” e que busca criar a impressão de que o governo iraniano não deseja negociar.
“Se quiséssemos produzir uma arma nuclear, os Estados Unidos não seriam capazes de impedir. Nós mesmos não queremos fazer isso” disse o aiatolá em uma reunião com estudantes universitários.
As declarações de Khamenei se deram depois de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmar que o líder supremo recebeu a carta enviada pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano). Segundo o norte-americano, o documento seria para negociar um novo acordo nuclear com o país persa, mas que poderia haver consequências militares se as negociações não avançassem.
Segundo o líder iraniano, o país se recusa a negociar com o governo de Donald Trump devido ao histórico do mandato anterior. “Nós sentamos e negociamos por anos. Então, essa mesma pessoa [Trump] com quem concluímos as negociações apareceu e jogou o acordo assinado, concluído e finalizado de lado e o rasgou”, disse Khamenei em referência ao acordo nuclear intermediado pelo governo do ex-presidente Barack Obama (Democrata) em 2015. Trump retirou os EUA do acordo em 2018. Na época, o republicano afirmou que a aliança com o Irã era “desastrosa” e nunca “deveria ter sido criada”.
“Quando sabemos que eles não vão honrar, qual o sentido de negociar? Portanto, o convite para negociar é um engano da opinião pública […]. Negociar com o atual governo dos EUA não retirará as restrições, mas sim as complicará”, disse o aiatolá sobre as sanções do governo norte-americano ao Irã.
Khamenei também destacou que as ameaças militares de Trump são “imprudentes” e que o governo iraniano “certamente” responderia a um possível conflito provocado pelos EUA.
“Acredito que se os americanos e seus aliados cometerem um erro, eles serão os mais afetados. Claro, a guerra não é uma coisa boa, e não estamos buscando a guerra, mas, se algo acontecer, nossa resposta será decisiva e inevitável”, disse.