A bancada do PT resiste à provável indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, na Câmara dos Deputados. De acordo com o líder da legenda, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro só pode assumir o comando do colegiado com uma condição: se estiver com o passaporte retido.
Os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP)Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados e Mario Agra/Câmara dos Deputados
A informação foi publicada nesta segunda-feira (10) no blog da jornalista Andrea Sadi, no portal G1, e confirmada pelo Congresso em Foco.
A retenção do passaporte foi solicitada pela própria bancada do PT na Câmara, que protocolou uma notícia-crime contra Eduardo em 27 de fevereiro alegando condutas ilícitas do deputado contra a soberania nacional. A sigla alega que o parlamentar tem feito campanha contra o Judiciário brasileiro quando viaja aos Estados Unidos e busca embaraçar o Supremo Tribunal Federal (STF). A denúncia contra Jair Bolsonaro por golpe de Estado será julgada na Suprema Corte.
“Aceitamos qualquer nome, menos o dele”, disse Lindbergh ao G1. “O dele só se for sem passaporte”.
Partido de Eduardo Bolsonaro, o PL tem a maior bancada de deputados na Câmara. Por isso, tem o direito de ser a primeira legenda a escolher o comando de comissões na Casa Legislativa.