Deputado queria inelegibilidade de governador de São Paulo por associá-lo ao PCC no dia do 2º turno da disputa municipal de 2024, quando o prefeito foi reeleito
O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, rejeitou nesta 5ª feira (6.mar.2025) um pedido do deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) para tornar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) inelegível por 8 anos e cassar o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e seu vice, coronel Mello Araújo (PL). Eis a íntegra (PDF – 174 KB).
Boulos acusava Tarcísio de abuso de poder político para beneficiar Nunes na campanha municipal de 2024. No dia da votação do 2º turno, disputado entre o deputado e o prefeito, o governador disse ter informações da “inteligência” da polícia segundo as quais o PCC (Primeiro Comando da Capital) havia orientado voto no psolista.
O juiz concluiu que não houve abuso de poder político ou uso indevido dos meios de comunicação porque Tarcísio não utilizou recursos do Estado na entrevista em que disse haver orientação do PCC para voto em Boulos. A conversa do governador com a imprensa foi realizada no colégio Miguel Cervantes, na zona sul de São Paulo, e não foi convocada por ele, segundo a sentença.
A decisão ressaltou a ausência de desvirtuamento das funções dos meios de comunicação e a não configuração de prática vedada, considerando a entrevista insuficiente para interferir na normalidade e legitimidade das eleições. Boulos ainda pode recorrer ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).
