Garimpo devastou 109 campos de futebol em área indígena

Garimpo devastou 109 campos de futebol em área indígena


Levantamento indica um aumento significativo do território impactado pelas atividades ilegais nos últimos 3 anos

O Greenpeace Brasil divulgou em fevereiro um levantamento que mostra a devastação causada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre Rondônia e Mato Grosso. Dados indicam que a área desmatada soma 78 hectares, o equivalente a 109 campos de futebol.

O território é habitado pelo povo Paiter Suruí, etnia composta por cerca de 1.900 pessoas – segundo relatório do plano de gestão de 50 anos dos Suruí, publicado em 2007. A área está mapeada em 248 mil hectares, localizada nos municípios de Cacoal (RO), Espigão D’Oeste (RO) e Rondolândia (MT).

Segundo o relatório do Greenpeace, imagens de satélite e de radar revelaram a destruição causada pelo garimpo. A prática é considerada crime pela Constituição Federal 1988, quando praticada em território indígena. A maior parte do desmatamento concentra-se nas ramificações do rio Fortuninha, na região central, e nos braços do rio Fortuna, na parte nordeste da Terra Indígena.

A pesquisa indica também um aumento significativo do território impactado pelas atividades ilegais nos últimos anos. Em 2022, eram 55 hectares. Em 2024, o número subiu para 72,16 hectares, até chegar ao dado atual, em janeiro de 2025.

A organização detectou também a presença de maquinários e garimpeiros no Território Indígena Sete de Setembro. Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace, afirma que são necessárias ações efetivas de fiscalização e monitoramento, para impedir a ação criminosa.

Garimpeiros são vistos em área de indígena Sete de Setembro

“O povo Paiter Suruí enfrenta um aumento dos conflitos territoriais dentro da TI Sete de Setembro há mais de uma década. É urgente que as autoridades tomem medidas de proteção, com ações efetivas de fiscalização e monitoramento para impedir a abertura de novas áreas de garimpo e garantir a recuperação das áreas já degradadas pela atividade ilegal, além da desintrusão dos garimpeiros”, declarou.





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