Fundo BlackRock, dos EUA, compra parte do Canal do Panamá

Fundo BlackRock, dos EUA, compra parte do Canal do Panamá


Após pressão de Trump, empresa de Hong Kong CK Hutchison aceitou vender sua participação majoritária em portos por US$ 22,8 bilhões

Um consórcio norte-americano comandado pela gestora BlackRock concordou em comprar portos relevantes do Canal do Panamá, segundo noticiou nesta 3ª feira (4.mar.2025) o jornal The Wall Street Journal.

A empresa de Hong Kong CK Hutchison vendeu por US$ 22,8 bilhões sua participação majoritária das instalações, após uma pressão liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano). Os portos têm valor comercial estratégico.

Trump já criticou a presença chinesa no Canal do Panamá. O argumento é que o controle dos portos por uma empresa ligada ao país asiático poderia representar riscos para os EUA.

O acordo sobre a participação da CK Hutchison ainda precisa ser aprovado por autoridades regulatórias. A tendência é que o negócio se concretize, segundo o Wall Street Journal.

A BlackRock passará a ter 90% de participação na administração das instalações hoje nas mãos da empresa sediada em Hong Kong. O acordo também inclui a aquisição de outros 43 portos em 23 países.


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O CANAL DO PANAMÁ

Localizado no país de mesmo nome, o Canal do Panamá é uma via navegável artificial que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico. Permite a passagem de navios sem a necessidade de contornar o continente americano. É considerado um dos pontos mais estratégicos para o comércio global.

Começou a ser construído pela França em 1880. No entanto, a alta complexidade do projeto e a mortalidade dos trabalhadores levou o governo francês a parar a obra.

Os Estados Unidos assumiram o projeto em 1904, implementando medidas de controle de doenças e adotando um sistema de eclusas (espécie de elevador para navios) para driblar os problemas causados pelo terreno irregular.

O canal foi inaugurado em 1914, depois de uma década de trabalho, permanecendo sob administração norte-americana até o final do século.

A soberania dos EUA sobre o canal, porém, criou um descontentamento entre os panamenhos, resultando em protestos e tensões diplomáticas. Em resposta, os presidentes Jimmy Carter e Omar Torrijos assinaram, em 1977, o tratado Torrijos-Carter, estabelecendo a transferência gradual do controle do canal para o Panamá.

Em 31 de dezembro de 1999, o Panamá assumiu plenamente a administração do canal, considerado uma das maiores obras da engenharia moderna.





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