Escolas de samba destacam cultura africana, protesto e homenagens no segundo dia de desfiles em SP

Escolas de samba destacam cultura africana, protesto e homenagens no segundo dia de desfiles em SP


Águia de Ouro levou ao Anhembi a obra do sambista Benito di Paula; Mocidade Alegre e Gaviões falaram sobre a África, enquanto a Estrela do Terceiro Milênio criticou o preoconceito

O Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, recebeu na noite de sábado (1) e madrugada de domingo (2) os desfiles das últimas sete escolas do Grupo Especial. Em uma noite sem chuva, os enredos abordaram temas como resistência indígena, cultura africana, liberdade sexual e homenagens a personalidades históricas.

A Águia de Ouro abriu os desfiles com uma homenagem ao sambista Benito di Paula. A escola trouxe referências a sucessos do cantor, como Charlie Brown e Vestido de Cetim, e contou com sua presença no último carro alegórico, acenando para o público aos 83 anos. A comissão de frente representou teclas de piano, enquanto a alegoria de abertura exibiu a mascote da escola com um design inspirado no instrumento musical.

Encerrando a noite, a Vai-Vai prestou tributo ao ator e dramaturgo Zé Celso com o enredo O Xamã Devorado y a Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem. A apresentação explorou o conceito da antropofagia cultural e celebrou o legado do artista, recebendo aplausos ao final do desfile.

Cultura africana e resistência indígena em destaque

A bicampeã Mocidade Alegre, em busca do tricampeonato, apresentou Quem não pode com mandinga não carrega patuá, enredo que exaltou a importância das mandingas e criticou o apagamento das religiões de matriz africana. A escola trouxe alegorias representando a resistência da cultura afro-brasileira e emocionou o público com suas paradas estratégicas para o canto do samba-enredo.

A Gaviões da Fiel também abordou a cultura africana com Irin Ajó Emi Ojisé (A Viagem do Espírito Mensageiro), contando a história da divindade iorubá Orumilá por meio de máscaras africanas. A apresentação superou dificuldades causadas pelas chuvas da semana anterior, que danificaram alegorias.

A Acadêmicos do Tucuruvi destacou a resistência indígena com Assojaba – A Busca pelo Manto, que narrou a trajetória do Manto Tupinambá, peça sagrada que foi devolvida ao Brasil após três séculos em um museu dinamarquês. O desfile trouxe imagens impactantes, incluindo esculturas de indígenas em expressões de ira.

Protestos e inclusão no Carnaval

A Estrela do Terceiro Milênio levou à avenida um desfile crítico sobre preconceito e liberdade sexual com o enredo Muito Além do Arco-Íris, Tire o Preconceito do Caminho que Nós Vamos Passar com Amor. A escola abordou fake news, como o chamado “kit gay”, e homenageou o grupo teatral Dzi Croquettes, ícone da luta LGBTQIAPN+.

A Império de Casa Verde, segunda a desfilar, apostou no enredo Cantando Contos: Reinos da Literatura, trazendo personagens clássicos da literatura, como Aladim e Dona Benta. O desfile apresentou questionamentos sobre a vilania nas histórias e contou com uma bateria vestida de Coringa.

Expectativa para o resultado

As escolas apresentaram desfiles bem elaborados, com enredos que misturaram tradição, cultura e crítica social. O resultado do Carnaval de São Paulo será conhecido na apuração da próxima terça-feira (5), quando será definida a campeã de 2024.

*Reportagem produzida com auxílio de IA





Source link