Reforma ministerial: Lula enfrenta reações adversas com a escolha de Gleisi Hoffmann

Reforma ministerial: Lula enfrenta reações adversas com a escolha de Gleisi Hoffmann


Segundo deputados, a escolha da petista para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), conhecida por sua postura firme, pode agravar ainda mais as já complicadas articulações políticas do governo

TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDOCONGRESSO SESSÃO INÍCIO DO ANO LEGISLATIVO
Gleisi Hoffmann também enfrenta críticas por suas posições em relação à ala econômica do governo

A reforma ministerial proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva avança de forma gradual, mas a recente nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) gerou uma série de críticas fervorosas entre a oposição. Segundo deputados, a escolha da petista, conhecida por sua postura firme, pode agravar ainda mais as já complicadas articulações políticas do governo. Lembram que, em 2011, Dilma Rousseff passou por uma situação semelhante ao designar Gleisi para a Casa Civil, o que culminou em seu isolamento político e eventual queda.

A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) não hesitou em expressar sua desaprovação: “O governo já enfrenta dificuldades para aprovar suas pautas e conquistar apoio. Com Gleisi na articulação, Lula tende a aumentar a tensão com o Congresso. Dilma fez essa escolha e acabou isolada. Lula parece seguir pelo mesmo caminho.” O deputado Sanderson (PL-RS) foi ainda mais incisivo em suas críticas: “Dilma apostou em Gleisi e terminou sem apoio, até mesmo dentro de seu próprio partido. Lula está repetindo um erro histórico. Essa escolha indica um desprezo pela necessidade de diálogo e de governabilidade.”

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Em sintonia com essa visão, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) alertou sobre os riscos de uma crise política: “Essa decisão mostra que o governo se afastou de seu rumo. A tentativa de centralizar a articulação política com Gleisi em 2011 gerou reações adversas do Congresso. Agora, Lula insiste na mesma estratégia, e o resultado pode ser ainda mais desastroso.”

Na bancada do agronegócio, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também se manifestou com firmeza: “Gleisi não tem o perfil adequado para a articulação. A experiência no governo Dilma foi negativa e, se a relação entre o Planalto e o Congresso já estava deteriorada, pode piorar ainda mais.”

Gleisi Hoffmann também enfrenta críticas por suas posições em relação à ala econômica do governo, especialmente direcionadas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e à taxa de juros do Banco Central. Aliados de Lula acreditam que a nova ministra pode apresentar uma mudança em sua postura.

Por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, confirmou que recebeu uma ligação do presidente Lula informando sobre a indicação de Gleisi. Motta enfatizou que sempre manteve uma boa relação com a deputada no Parlamento e expressou votos de sucesso em sua nova função. No mercado financeiro, a nomeação de Gleisi Hoffmann também provocou reações. Após o anúncio, o dólar foi cotado próximo de R$ 5,90, refletindo a inquietação dos investidores em relação à nova configuração ministerial.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.





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