Pedro Rodrigues diz que correlação entre preço de alimentos e presença do energético está no seu impacto no preço do diesel na bomba
O Poder360, em parceria com o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), lança mais um episódio do programa Infra em 1 Minuto. Em análises semanais, Pedro Rodrigues, sócio da consultoria e especialista em óleo e gás, fala sobre a presença do biodiesel no diesel inalterada.
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Na 1ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética de 2025, realizada em 18 de fevereiro, foi decidida a prorrogação do aumento previsto da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel comercializado no país.
Seguindo o cronograma estabelecido na Lei do Combustível do Futuro, de outubro do ano passado, o teor de bicombustível deveria subir para 15% a partir deste sábado (1º.mar.2025). Agora, o mandato de mistura obrigatória segue em 14% até nova decisão do colegiado.
Depois da reunião em que o tema foi decidido, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a decisão se deu como parte dos esforços do governo federal para controlar os preços de combustíveis.
Segundo o executivo, a mistura será mantida no patamar atual até que a campanha do governo contra a alta do custo de alimentos tenha resultado “já que boa parte da produção do biodiesel vem da soja”, segundo palavras do ministro.
“Essa afirmação ilustra bem algumas distorções comuns sobre o papel do biocombustível”, disse Pedro Rodrigues.
Segundo o especialista, a correlação entre o preço dos alimentos e a presença do energético está no seu impacto no preço do diesel na bomba e, consequentemente, no frete de mercadorias por todo o país.
“É verdade que o aumento do biodiesel pode ter um reflexo no final da cadeia, no entanto essa variação seria quase imperceptível sem os holofotes da mídia. Para além, a fala também sugere que há algum prejuízo à produção de soja em função da produção do energético, um obstáculo vencido pelo setor há anos”, declarou Pedro Rodrigues.
“Independente da causa, os mandatos do biodiesel não podem continuar a ser usados como ferramenta de políticas públicas. Existem outras variáveis da equação de preços do diesel, como os impostos federais e estaduais, que respondem por uma parcela muito maior do custo final e surgem de forma tímida nos debates sobre o tema”, afirmou.
Assista (2min32s):