Delação de Cid veio de “pau de arara do século 21”, diz Michelle

Delação de Cid veio de “pau de arara do século 21”, diz Michelle


Ex-primeira-dama questiona a condução das investigações que apontaram para uma tentativa de golpe comanda pelo marido

Em entrevista ao portal O Antagonista, publicada neste sábado (1º.mar.2025), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro fez críticas à denúncia que acusa seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de comandar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após ser derrotado nas urnas em 2022.

Ela criticou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, usada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na acusação. “Tentam justificar tudo em cima de uma delação que, aparentemente, foi obtida na base de ameaças e de práticas que mais parecem uma tortura psicológica ou um pau de arara do século 21″, disse Michelle, em referência a um método de tortura usado em presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985)

A ex-primeira-dama questionou a condução das investigações que levaram à denúncia, agora sob análise do Supremo Tribunal Federal. Segundo Michelle, trata-se de uma tentativa de desviar a atenção das falhas do atual governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

É estranho perceber que sempre que o governo Lula está encurralado, aparece algo relacionado ao presidente Bolsonaro para tentar desviar a atenção: é operação contra militares, são prisões de inocentes, é denúncia com roteiro de novela barata”, afirmou Michelle.

A ex-primeira-dama fez críticas ao sistema judiciário brasileiro. “É triste ver como o nosso sistema de Justiça está fragilizado. Nunca os direitos fundamentais e o devido processo legal foram tão violados no nosso país. A avaliação da credibilidade do Judiciário nunca foi tão baixa”, declarou.

Em sua delação premiada, Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro no Planalto, afirmou que Michelle era da ala “radical” do bolsonarismo, formada por entusiastas de um golpe de Estado. A ex-primeira-dama não foi denunciada. Na resposta à delação do tenente-coronel, ela afirmou que o ex-aliado do marido passava por um “momento de perturbação mental”.

DENÚNCIA DA PGR

Além do ex-presidente, a PGR acusou formalmente outras 33 pessoas, entre elas o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o general da reserva Braga Netto.

O Supremo precisa agora decidir se recebe ou não da denúncia da PGR. Em caso afirmativo, abre-se uma ação criminal para o julgamento dos envolvidos.

As provas contra os denunciados foram obtidas pela Polícia Federal ao longo de quase 2 anos, por meio de quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de delações premiadas e buscas e apreensões.

Eis abaixo os crimes pelos quais os envolvidos foram denunciados e a pena prevista:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito – 4 a 8 anos de prisão;
  • golpe de Estado – 4 a 12 anos de prisão;
  • integrar organização criminosa com arma de fogo – 3 a 17 anos de prisão;
  • dano qualificado contra o patrimônio da União – 6 meses a 3 anos; e
  • deterioração de patrimônio tombado – 1 a 3 anos.





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