Marcadores indicam riscos de derretimento acelerado do gelo, ameaçando ecossistemas e nível do mar
A Antártica começou a registrar em meados de julho de 2024 até 10°C acima do normal. A situação preocupa cientistas. Em partes do continente, onde as temperaturas normalmente variam entre -50°C e -60°C, observaram-se marcas de -25°C a -30°C.
O aumento traz riscos potenciais de derretimento, o que pode elevar os níveis globais do mar e modificar as circulações oceânicas. O evento se insere em uma tendência de aquecimento na região, já evidenciada por uma onda de calor em março de 2022, quando as temperaturas superaram o normal em até 21°C.
Estudos apontam que a mudança climática tem sido um fator significativo para esses fenômenos, com previsões de que ondas de calor semelhantes se tornem mais frequentes e intensas.
A ruptura mais frequente do vórtice polar sul, uma área de ventos de baixas temperaturas, foi identificada como uma das causas principais dessa onda de calor.
O fenômeno faz o ar frio sobre o continente se dispersar, abrindo espaço para a chegada do ar quente do sudoeste do Oceano Índico. Isso leva a um aquecimento quase contínuo.
A situação é particularmente alarmante na Antártica Oriental, que registrou um aquecimento 3 vezes superior à média global entre 1989 e 2018.
O derretimento acelerado na Antártica tem implicações significativas não apenas para o aumento do nível do mar, mas também para a biodiversidade e os ecossistemas globais.