Ampliação dos dias de desfile na Sapucaí custa R$ 10 milhões a mais aos camarotes tradicionais do Rio

Ampliação dos dias de desfile na Sapucaí custa R$ 10 milhões a mais aos camarotes tradicionais do Rio


Mudança imposta pela Liesa é uma forma de igualar as apresentações; nova realidade fez com que camarotes, como o Nº1, precisassem aumentar o investimento e pensar na temática do novo dia

CLéBER MENDES/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDODesfile de escola de samba na Sapucaí, o sambódromo do Rio de Janeiro
Neste ano, os desfiles das escolas de samba do Rio vão animar a Sapucaí no domingo (2), segunda (3) e terça (4)

Pela primeira vez em seus 41 anos de existência, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, na famosa Sapucaí, será diferente neste ano. Em vez de seis escolas por dias, as apresentações vão acontecer em três dias, começando no domingo (2) e terminando na terça (4), além do desfile das campeãs que acontece no sábado seguinte, ou seja, no dia 8 de março. Essa mudança imposta pela Liesa – Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro – é uma forma de igualar as apresentações, já que com um número maior, as últimas escolas acabavam entrando na Avenida com o dia amanhecendo e perdiam parte de sua característica artística, principalmente no que diz respeito a iluminação, que desaparecia pelo fato do céu não estar mais escuro. 

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Essa mudança também tem ligação com a parte econômica, uma vez que ao aumentar as datas do evento, amplia a participação do público para assistir os desfiles. A nova realidade fez com que espaços consagrados, como os tradicionais camarotes, precisassem repensar sua forma de atuação e se adaptar ao novo dia.

O Camarote Nº1, que está em sua 34ª edição, investiu R$ 10 milhões a mais em relação a 2024. “A terça-feira para a gente ainda é uma incógnita, em termos de resultado. Os sábados das campeãs já é um dia consagrado, você não precisa fazer absolutamente nada, e eu quero transformar a terça no sábado das campeãs”, fala Marcio Esher, sócio e diretor de negócios e marketing da Holding Clube, além de responsável pela gestão e expansão do Clube Nº1.

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Ju Ferraz e Marcio Esher, sócios da Holding Club │Foto: Leca Novo

Para Juliana Ferraz, sócia da Holding Clube e responsável pela divisão de negócios da empresa, essa mudança, sob o olhar da festa do entretenimento, é muito positiva e quando se olha para o negócio, fica claro que existem muitas oportunidades de marca. “A gente tem mais um dia para se comunicar com o consumidor e temos novas histórias para contar.

Neste ano, o Nº1 tem mais três parceiros, a Café Nespresso, que entra no Carnaval pela primeira vez, a Velocity, uma marca de rede de ginástica, e a BYD, quarta maior produtora de carros do mundo”, fala Ju Ferraz, acrescentando que esse é um ano de desafios, mas também de muitas oportunidades. “O nosso olhar aqui é muito de como vamos entrega para as marcas novas histórias, novas ativações, novas conexões e como a gente também quebra o formato convencional de entrega de patrocínio”. 

A aposta para começar o novo dia com o pé direito, é transformar o camarote em um grande baile funk do Rio de Janeiro. “A gente vem com essa temática da brasilidade, de trazer os valores do Brasil para a avenida. O samba e as escolas são o nosso principal line-up, mas queremos trazer as particularidades dos Rio de Janeiro, e o funk é uma forma de expressão cultura muito forte da cidade”, explica Marcio Esher. O agito na terça-feira (4) será comandado pelo Furacão 2000, Tati Quebra Barraco, MC Leozinho e Buchecha.

Ju Ferraz destaca que este ano “O Carnaval não é uma ciência exata. Todo ano o comportamento de venda e o comportamento do público é totalmente diferente. O Carnaval, sendo final de fevereiro e início de março, é interessante porque dá tempo para a gente fazer, com muito mais detalhes, com muito mais dedicação”, fala a empresária. 

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Camarote Nº1 está em sua 34ª edição │Divulgação

Os sócios lembram que os tradicionais camarotes que, cada vez ganham mais espaço nos desfiles, tem um público consagrado, porém, também existem os turistas, internacionais ou nacionais, que vão para a Avenida para conhecer o carnaval do Rio de Janeiro e viver esse momento, além daqueles que buscam o espaço para ter um pouco mais de qualidade no serviço, ter uma oferta melhor de gastronomia, de bebida, de festa etc. “Invariavelmente, essas pessoas que estão no camarote não necessariamente conhecem o Carnaval a fundo e identificam que existe uma terça-feira”, diz Marcio. Neste ano, são esperados 8 milhões de foliões só na cidade do Rio de Janeiro, gerando uma movimentação de aproximadamente R$ 6 bilhões na economia da cidade. 

A Holding Clube, que conta com o Réveillon Arcanjos Nº1, área exclusiva no Tomorrowland Brasil e linha de produtos licenciados, fechou o último ano com um faturamento de R$65 milhões, e a meta é crescer 20% a mais até o fim de 2025. “O Nº1 virou pra gente um sinônimo de experiência, de qualidade e de excelência na entrega que a gente faz. Por isso que a gente se conecta com grandes outros eventos”, explica Marcio. Hoje, o Camarote Nº1 representa cerca de 50% dos negócios do Clube, e a expectativa é criar uma série de eventos que olhe para as principais datas sazonais do calendário nacional. 

vista do camarote nª1

Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro vão acontecer em três dias pela primeira vez na história │Foto: Dopamina

 





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