Longa será baseado em fatos reais e deverá começar as gravações ainda neste ano
Em entrevista exclusiva ao Portal LeoDias, Cao Hamburger, diretor que quase foi ao Oscar com o filme “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”, contou detalhes de seu novo projeto: “Escola Sem Muros””, uma história baseada em fatos reais de como uma escola em uma das maiores favelas do Brasil se tornou referência nacional.
A produção, uma parceria da Globo Filmes e da Caos Produções, deverá fazer sua escolha de elenco e dar início às filmagens em junho deste ano. Até o momento, o único nome confirmado é do ator Júlio Andrade, conhecido pela série “Sob Pressão”, que irá estrear o longa.
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Cao Hamburger explica que o filme irá se basear na história real da Escola Municipal Pres. Campos Salles, em Heliópolis, Zona Sul de São Paulo. Uma escola que, após derrubar os muros que cercavam o local, aos poucos venceu a marginalização e a precariedade e se tornou referência estadual.
“Era uma escola que estava muito abandonada e era muito violenta, até que no final dos anos 90 chega um diretor e um grupo de professores e orientadores pedagógicos se uniram e junto com a comunidade de Heliópolis tornaram ela em uma referência da rede pública de São Paulo”, conta.
Julio Andrade será responsável por interpretar a versão das telonas do diretor da escola, Braz Nogueira, um dos grandes responsáveis pelas transformações que hoje dão o nome de “Bairro Educador” a Heliópolis.
Cao promete que essa será uma “história de superação de dificuldades”, mas sem esquecer dos fatores sociais que impactam a educação pública no Brasil.
“Escola Sem Muros” promete dialogar com outras obras de Cao, seja seus trabalhos mais recentes, como “Malhação” e “As Five”, mas também ao filme “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”, drama sobre a Ditadura Militar que quinze anos antes de “Ainda Estou Aqui” quase levou o cineasta e o Brasil ao Oscar.
“A educação pública foi muito prejudicada na Ditadura. A gente estava em um período de grande expansão das escolas públicas, que foi a catástrofe durante a Ditadura. O filme não toca exatamente nessa questão, mas esses outros aspectos desse período também são importantes e que o cinema brasileiro deve falar mais”, declarou.
As gravações devem começar entre junho e julho deste ano, e a previsão é de que o filme chegue às premiações e aos cinemas brasileiros entre o ano que vem ou o próximo.
Tá… mas você viu a Fernanda Torres?
E falando sobre cinema brasileiro e Ditadura Militar, é claro que não poderia ficar de fora “Ainda Estou Aqui” e a torcida para o Oscar de Melhor Atriz de Fernanda Torres, quem Cao afirmou que dá de dez a zero na concorrência.
O diretor, que também é criador de o “Castelo Rá-Tim-Bum”, também caiu na gargalhada as comparações da atriz de Fátima em “Tapas e Beijos” com os personagens do “Castelo”.
“A Fernanda daria para qualquer personagem, tudo que ela faz é maravilhoso. Ela tem uma energia, um brilho próprio. E é engraçado que os personagens têm essa mesma energia. Seria lindo ela como Penélope [interpretada por Angela Dippe]”, concluiu.