Declaração do deputado Tadeu Leite (MDB) se dá em meio ao aumento da tensão entre Zema e o Legislativo com críticas de políticos
A relação entre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o Poder Legislativo estadual se mostra tensa após as declarações do presidente da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), Tadeu Leite (MDB). O deputado afirmou que não foi eleito para atender “à vontade do governo”.
“O que é importante dizer aqui, desde o início, desde quando fui eleito presidente, é que esta Casa não vai — e nunca foi — atuar dessa forma, especialmente agora, fazendo apenas atendimentos à vontade do governo”.
O deputado ainda disse que a assembleia é “independente” e que trabalha com “diálogo e harmonia”. “Tudo o que a assembleia pôde fazer para ajudar o governo do Estado foi feito”, disse Leite em entrevista coletiva a jornalistas na 4ª feira (19.fev.2025).
O presidente citou o ponto de atrito entre o Executivo e o Legislativo quando houve a tentativa do governo de aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal). Segundo Leite, o governo nunca teve votos suficientes para aprovar a proposta, mas, em vez de levá-la a plenário para ser rejeitada, os deputados buscaram uma alternativa “muito melhor” em Brasília.
“Em projetos, em discussões, todos os projetos que chegaram aqui do governo do Estado foram votados, claro, melhorados, mas foram votados. Se a Assembleia, porventura, quisesse fazer algum problema com o governo, por exemplo, o regime de recuperação fiscal”, disse.
E continuou: “Todos nós sabemos que o governo nunca teve voto para aprovar o regime, mas ao invés de eu pautar e, por ventura, ele ser derrotado, nós fomos à Brasília, construímos um novo caminho, e um caminho muito melhor para o Estado, especialmente para os mineiros que vão pagar R$ 300 bilhões a menos do que pagaria no regime de recuperação fiscal”, falou aos jornalistas.
SAÍDA DO PL DA BASE GOVERNISTA
A tensão entre o governador Romeu Zema e a Assembleia de Minas se intensificou após a decisão do PL (Partido Liberal) de deixar o bloco governista Avança Minas, tornando-se uma bancada independente. A saída foi anunciada no dia 5 de fevereiro, no momento em que eram definidos os blocos para o segundo biênio da legislatura.
Com isso, os 11 parlamentares da sigla, agora liderados pelo deputado Bruno Engler, passam a atuar de forma independente na ALMG, o que dificulta ainda mais a articulação política do governo Zema.
Após a saída da base governista, políticos do PL em Minas Gerais intensificaram as críticas ao governador. Na 6ª feira (14.fev), deputados da sigla afirmaram que, quando cobrado sobre a recomposição salarial dos servidores, Zema “dá uma banana ao povo mineiro”.