Vídeo vazado mostra que TV cortou entrevista para poupar Milei

Vídeo vazado mostra que TV cortou entrevista para poupar Milei


Edição do “Canal TN”, do Grupo Clarín, omitiu interrupção de assessor durante conversa sobre escândalo de criptomoeda; trecho sugere perguntas combinadas

Uma entrevista do presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), à TV Todo Noticias, acabou publicada pelo próprio canal, sem cortes, no YouTube. A íntegra expôs trechos excluídos do material exibido pela emissora na noite de 2ª feira (17.fev.2025).

Nesses trechos, Milei conversa com o entrevistador, o jornalista Jonathan Viale, sobre a edição de algumas respostas referentes ao escândalo da criptomoeda $LIBRA. O diálogo vazado mostra ainda que havia perguntas combinadas, a fim de não melindrar o presidente.

O material publicado no YouTube foi retirado em seguida do ar, mas usuários da plataforma de vídeo baixaram os trechos que não entraram na edição final da TV Todo Noticias. O canal pertence ao tradicional grupo de mídia argentino Clarín.

Nas imagens, a equipe de Milei modera conversas sobre o caso da criptomoeda, promovida pelo presidente em suas redes sociais dias antes — o endosso à $LIBRA provocou uma rápida valorização seguida de um colapso do ativo digital, resultando em diversas consequências econômicas, jurídicas e políticas.

Os trechos cortados e depois vazados mostram Santiago Caputo, auxiliar de Milei sem cargo público, interrompendo a entrevista e falando ao ouvido do presidente e do jornalista da TV, que diz: “Claro, já me dei conta de que [isso] pode trazer problemas judiciais [a Milei].”

Em outro momento, Milei diz: “Mas as perguntas estão combinadas, né?“. O jornalista responde: “Sim! Estamos fazendo as de [porta-voz do governo, Manuel] Adorni, de Karina [Milei, irmã do presidente] e de Caputo“.

Depois do trecho ser vazado, Jonathan Viale comentou sobre as críticas a seu trabalho como entrevistador no X (ex-Twitter). “Não vou dar-lhes esse prazer. Preparem-se para esta noite”, escreveu.

Manuel Adorni, porta-voz de Milei, tentou minimizar o ocorrido, descrevendo a interrupção como um ato de “excelência” de Caputo, apesar de admitir que o presidente a considerou “desnecessária”. O “criptogate” marca o 1º grande escândalo do mandato do presidente, que começou em dezembro de 2023.





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