A moeda norte-americana terminou o pregão em baixa de 0,41%, cotado a R$ 5,68; já o índice da B3 cedeu apenas 0,02%, aos 128.531,71 pontos após três dias de ganhos
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O dólar recuou na sessão desta terça-feira (18) e voltou a fechar abaixo da linha de R$ 5,70, apesar do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior. Além da valorização de commodities e da rolagem de US$ 3 bilhões em linhas pelo Banco Central, operadores afirmam que o real pode ter se beneficiado de eventual entrada de capital externo para renda fixa no leilão parrudo de NTN-B realizado hoje pelo Tesouro.
Outro ponto mencionado por operadores foram as informações sobre a primeira emissão externa de bonds do Tesouro em 2025. Foram vendidos US$ 2,5 bilhões em títulos, de uma demanda de cerca de US$ 6,5 bilhões. Empresas privadas estariam prontas para acessar o mercado externo, como no caso da Raízen, que pode levantar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões.
Após oscilar entre máxima a R$ 5,7244 e mínima a R$ 5,6758, o dólar à vista terminou o pregão em baixa de 0,41%, cotado a R$ 5,6893 – ainda nos menor valor desde 7 novembro (R$ 5,6753). O real teve o segundo melhor desempenho entre as principais divisas globais, atrás apenas do peso colombiano.
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Pela manhã, o Banco Central vendeu oferta total de US$ 3 bilhões em leilão de linha com compromisso de recompra, com o objetivo de rolar linha com vencimento para 6 de março. O BC fixou como data de recompra dessa operação 2 de outubro deste ano. Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes – operou em alta firme e voltou a superar a linha dos 107,000 pontos, com máxima aos 107,123 pontos.
O dólar também subiu em relação a maioria de divisas fortes e emergentes, embora tenha recuado na comparação ao peso mexicano e ao colombiano, dois pares do real. As taxas dos Treasuries subiram em dia de dados fortes da economia americana e de declarações de dirigentes do Federal Reserve mostrando preocupação com o risco inflacionário que pode ser provocado pela imposição de tarifas de importação por Donald Trump.
O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura na indústria de Nova York, passou de -12,6% em janeiro para 5,7% em fevereiro, resultado bem acima do esperado pelos analistas, que previam -0,5%. Dirigentes do Fed reforçaram hoje que a política monetária está bem posicionada em um ambiente de incertezas e que não há pressa em retomar os cortes de juros. As atenções dos investidores se voltam amanhã para a divulgação da ata do encontro do Fed no fim de janeiro.
Bolsa de valores
Após três dias de ganhos, o Ibovespa se estabilizou, com leve ajuste de baixa nesta terça-feira em que cedeu apenas 0,02%, aos 128.531,71 pontos, mais perto da mínima (128.012,49) do que da máxima (129.293,71) da sessão, em que saiu de abertura aos 128.552,68 pontos. O giro financeiro convergiu para R$ 22,8 bilhões, vindo de moderação, ontem, com o feriado nos Estados Unidos na abertura da semana. No mês, o Ibovespa segue no positivo (+1,90%) e na semana sobe 0,24%.
O bom desempenho de Vale (ON +0,67%) e, em especial, de Petrobras (ON +1,86%, PN +1,83%) não foi o suficiente para compensar perdas em ações do setor financeiro, como Itaú (PN -0,33%) e Bradesco (ON -0,27%, PN -0,08%), em dia negativo para o segmento de utilities, com Eletrobras (ON -1,24%, PNB -1,72%) à frente. O setor de siderurgia avançou, com destaque para CSN (ON +1,14%) e Usiminas (PNA +1,51%).
Na ponta ganhadora do Ibovespa, BB Seguridade (+4,47%), que divulgou balanço trimestral na noite anterior, além de Minerva (+2,79%) e Azzas (+2,56%). No lado oposto, Pão de Açúcar (-6,69%) – que divulga balanço após o fechamento de hoje – e Assaí (-5,78%) – também em temporada de resultados, programados para amanhã -, ao lado de LWSA (-4,62%), SLC (-3,94%) e de Magazine Luiza (-3,52%) no encerramento.
Na sessão, a emissão de títulos soberanos pelo Tesouro Nacional foi uma noticia positiva para o fluxo financeiro, com efeito para o dólar que fechou em baixa de 0,41%, a R$ 5,6893. Ainda assim, apesar do câmbio mais favorável, o Ibovespa, que subia pouco mais de 0,5% na máxima da sessão, perdeu força ao longo da tarde, oscilando para o negativo em direção ao fechamento.
Empresas do setor de seguros puxaram o Ibovespa para cima, mas o movimento foi contrabalançado por ações como a do Pão de Açúcar, após analistas do JPMorgan terem cortado a recomendação para o papel, mencionando desafios da empresa na geração de caixa, em cenário de inflação pressionada pela alta dos preços de alimentos – contexto que também afeta o desempenho da ação do Assaí, assim como Pão de Açúcar na ponta negativa do Ibovespa no fechamento.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira