Adriane Dias, nutricionista do portal LeoDias, esclarece todas as dúvidas sobre as canetas disponíveis no mercado atualmente
Nos últimos anos, as chamadas canetas emagrecedoras ganharam popularidade como uma solução para a obesidade, sendo amplamente prescritas por médicos e também utilizadas de forma indiscriminada por quem busca um emagrecimento rápido.
Nesta matéria, vamos explorar as opções disponíveis no mercado, seus mecanismos de ação, indicações, efeitos adversos e os cuidados essenciais para um uso seguro, além de abordar os riscos do uso sem acompanhamento.
As canetas emagrecedoras são medicamentos injetáveis utilizados para auxiliar na perda de peso. Elas contêm substâncias que regulam o apetite, retardam o esvaziamento gástrico e aumentam a saciedade.
A maioria dessas medicações pertence à classe dos agonistas do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), um hormônio que influencia o controle da glicemia e do apetite.
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Esses medicamentos representam um grande avanço no tratamento da obesidade, proporcionando uma alternativa eficaz para pessoas que enfrentam dualidades na perda de peso.
Para muitos pacientes, as canetas emagrecedoras são uma ferramenta essencial para melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Principais Canetas Disponíveis no Mercado
Saxenda (Liraglutida) serve para redução do apetite e controle da saciedade; preço: aproximadamente R$ 900 a R$ 1.200 por mês; mecanismo de ação, atua como agonista do GLP-1, retardando o esvaziamento gástrico e aumentando a sensação de saciedade; indicação, pessoas com IMC ≥30 kg/m² ou IMC ≥27 kg/m² com comorbidades associadas; efeitos adversos, náusea, vômito, diarreia, constipação, tontura.
Ozempic (Semaglutida) tem o objetivo inicialmente desenvolvido para o controle do diabetes tipo 2, também auxilia na perda de peso; preço: cerca de R$ 900 a R$ 1.500 por mês; mecanismo de ação: similar ao Saxenda, reduzindo o apetite e retardando a digestão; indicação: pessoas com diabetes tipo 2 ou obesidade associada; efeitos adversos: enjoos, alteração no paladar, constipação
Wegovy (Semaglutida em doses maiores) é indicada especificamente para perda de peso em doses superiores ao Ozempic; preço: valores estimados acima de R$ 1.500; mecanismo de ação: semelhante ao Ozempic, porém com doses mais elevadas para maior efeito na saciedade; indicação: pacientes com obesidade ou sobrepeso com comorbidades; efeitos adversos: semelhantes ao Ozempic, porém mais intensos devido à dose maior. Mounjaro (Tirzepatida); objetivo: desenvolvido para o controle do diabetes tipo 2, mas tem mostrado grande eficácia na perda de peso; preço: cerca de R$ 1.000 a R$ 4000 por mês.
Apesar de autorizado pela ANVISA, o remédio ainda não começou a ser comercializado no Brasil, e só pode ser importado por pessoas físicas que contenham receita médica, então sua revenda é proibida.
O remédio está previsto para chegar ao comércio de farmácias brasileiras e sites cadastrados dos laboratórios ainda esse ano; mecanismo de ação: atua como agonista duplo dos hormônios GIP e GLP-1, promovendo maior saciedade e redução da ingestão calórica; indicação: pessoas com diabetes tipo 2 e, mais recentemente, pacientes com obesidade.
Embora sejam eficazes, não existe milagre e as canetas emagrecedoras exigem cuidados específicos para minimizar a perda de massa muscular e evitar efeitos colaterais.
São eles: alimentação adequada, uma dieta hiperproteica é essencial, pois a perda de peso pode levar à redução de massa muscular; fontes de proteínas como ovos, frango, peixes, queijos magros e leguminosas devem ser priorizadas; atividade física, exercícios de resistência (musculação) ajudam a preservar massa magra e melhoram a composição corporal; hidratação, o consumo adequado de água é crucial para evitar complicações gastrointestinais; acompanhamento médico e nutricional, o uso dessas medicações deve ser supervisionado para ajustes na dosagem e no plano alimentar; efeitos adversos, náusea, vômito, diarreia, constipação, fadiga.
O uso de canetas emagrecedoras sem prescrição médica tem aumentado, o que pode gerar graves consequências para a saúde: efeitos colaterais intensicados, o uso sem controle pode causar episódios de hipoglicemia, desidratação e problemas gastrointestinais severos; perda excessiva de massa muscular, a redução de peso sem planejamento pode levar à sarcopenia (perda de músculos), tornando o metabolismo mais lento e dificultando a manutenção do peso perdido; efeito rebote, sem mudanças sustentáveis nos hábitos alimentares, há alto risco de reganho de peso após a interrupção da medicação; agravamento de transtornos alimentares, o uso irresponsável pode desencadear ou intensicar compulsão alimentar e distúrbios psicológicos; venda ilegal e riscos de farmácias de manipulação, muitas farmácias estão manipulando de forma ilegal, sem aprovação da ANVISA, colocando em risco a segurança dos usuários.
A comercialização sem controle pode levar ao uso de substâncias adulteradas e reações adversas graves; dependência psicológica, pessoas sem indicação médica que fazem uso dessas medicações podem desenvolver dependência psicológica, criando uma relação de insegurança com a alimentação e a perda de peso; dificulta o acesso para quem realmente precisa, a alta demanda impulsionada pelo uso sem prescrição médica faz com que os estoques diminuam, aumentando os preços.
Além disso, a busca excessiva por essas medicações incentiva a comercialização ilegal e a manipulação sem controle, elevando os riscos à saúde e sobrecarregando o sistema público de saúde.
As canetas emagrecedoras representam um grande avanço no tratamento da obesidade, oferecendo uma nova possibilidade para quem luta contra o excesso de peso.
No entanto, seu uso deve estar sempre associado a hábitos saudáveis, acompanhamento médico e nutricional. A obesidade é um problema multifatorial e precisa ser tratada com responsabilidade, visando não apenas a perda de peso, mas a melhora geral da qualidade de vida