Pesquisa aponta que 51,2% dos moradores da capital paulista usaram meios individuais, contra 48,8% que utilizam transporte público
Pela 1ª vez em 20 anos, moradores da região metropolitana de São Paulo estão utilizando mais o transporte individual do que o coletivo. Uma pesquisa realizada pelo Metrô de São Paulo aponta que 51,2% dos paulistanos preferem o modo de locomoção individual, como aplicativos de transporte particular, táxis e carros, contra 48,8% que preferem o transporte público.
É a 1ª vez desde 2002 que a utilização do transporte individual supera, em números percentuais e absolutos, o uso do transporte coletivo na cidade.
A pesquisa, denominada Origem e Destino, foi divulgada nesta 3ª feira (11.fev.2025). O levantamento é realizado a cada 10 anos e seria feito novamente em 2027, mas o Metrô de São Paulo resolveu antecipá-lo para entender os impactos da pandemia da covid-19 nos hábitos de transporte dos paulistanos. A última publicação se deu em 2017.
Para a pesquisa, foram entrevistadas 79 mil pessoas dos 39 municípios que contemplam a Grande São Paulo. Os dados apontam uma redução do número de viagens diárias, ou seja, as pessoas estão se deslocando menos. Em 2017, foram contabilizadas 42,007 milhões de viagens, enquanto que em 2023 foram 35,661 milhões, uma e queda de 15,1% no indicador.
O Metrô de São Paulo acredita que o resultado pode ter sido influenciado pelos novos métodos de trabalho e ensino, como o home office, híbrido ou ensino à distância, que foram implementados por conta da pandemia.
O levantamento aponta que, em 2023, foram contabilizadas 12,264 milhões de viagens por transporte coletivo, o equivalente a 48,8% dos deslocamentos. É uma redução considerável em relação a 2017, quando foram registradas 15,295 milhões de viagens por este modal, ou seja, 54,1%.
O transporte individual também apresentou queda em números absolutos, caindo de 12,985 milhões de viagens em 2017 para 12,869 milhões, em 2023. Percentualmente, porém, esses números representam um acréscimo na utilização do modal: 45,9% em 2017, contra 51,2% em 2023.
O levantamento ainda aponta que houve uma redução no número de pessoas que se deslocaram a pé. Em 2017, este valor era de 13,3 milhões, o que representava 31,8% das viagens não motorizadas. Em 2023, o indicador caiu para 10,1%, o equivalente a 28,2% dos deslocamentos não motorizados.
O uso de bicicletas também teve aumento percentual no período, saltando de 0,9% das viagens não motorizadas em 2017 para 1,3% em 2023. Em valores absolutos, porém, manteve-se igual: 400 mil deslocamentos.