Ministro da Defesa diz não considerar atos como golpe e que quem depredou ou só ficou na Praça dos Três Poderes deve ter pena menor
O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu na noite de 2ª feira (10.fev.2025) uma “dosimetria” para condenados pela invasão da sede dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de Janeiro de 2023. Segundo ele, “não se pode dar a mesma pena” a quem organizou os atos e para quem foi “encher o movimento”. A maioria dos que já foram condenados pegou 17 anos de prisão.
“Eu sempre defendi que deveria ter uma dosimetria. Tem gente que quebrou uma cadeira, tem gente que armou esse movimento, ou o golpe, como você diz. Se for tudo comprovado, que este pague”, afirmou o ministro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Segundo José Múcio, existe gente “de todo tipo” entre os envolvidos nos atos.
“Se foi um golpe, quem organizou que pague. Agora, [tem] aqueles que foram tomar os seus ônibus, que estavam lá tirando foto de celular, tem os que entraram quebrando, tem os que ficaram do lado de fora”, disse.
“Você não pode condenar uma pessoa e dar a mesma pena a quem armou, a quem financiou e a uma pessoa que foi lá encher o movimento”, declarou o ministro.
Sobre uma possível anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, Múcio declarou que essa “é uma decisão que pertence ao Congresso Nacional”.
O ministro foi questionado sobre o fato de as pessoas que invadiram a sede dos Três Poderes buscarem “derrubar o governo” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Aquele movimento derrubava o governo?”, questionou Múcio. “Se ele tivesse sequência, se ele tivesse consequências, se aparecessem outros envolvimentos, sim”, respondeu Múcio.
O ministro da Defesa reafirmou que os envolvidos “precisam pagar” pelos atos. “Agora, o que eu defendo é o que está na Justiça. É uma dosimetria. É simples”, declarou.
“Eu acho que, na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande, é uma forma de você pacificar. Esse país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais. Isso radicaliza. A gente vive atrás de culpados”, disse Múcio.
“Nós estamos precisando procurar quem resolva os problemas, quem ajude a resolver os problemas”, afirmou.
Assista (a partir do minuto 39):