Voepass entra com pedido de tutela para reestruturação financeira

Voepass entra com pedido de tutela para reestruturação financeira


Companhia busca proteção contra credores após dificuldades financeiras agravadas por acidente em 2024, que deixou 62 mortos

A Voepass entrou com um pedido de tutela na 2ª feira (4.fev.2025) para se reestruturar financeiramente. A medida busca proteger a empresa de cobranças de credores e permitir a reestruturação necessária para a continuidade das operações.

Em 9 de agosto de 2024, um avião da Voepass caiu em Vinhedo (SP), deixando 62 mortos. A causa mais provável para o acidente é o acúmulo de gelo nas asas. Desde então, a companhia tem enfrentado dificuldades e registrou quedas no número de passageiros, indo na contramão do mercado aéreo.

Durante o processo de reestruturação, a Voepass afirmou que dará prioridade ao pagamento de salários e benefícios dos funcionários, além de manter compromissos com fornecedores para serviços prestados a partir de 2ª feira (3.fev).

“A operação de suas rotas atuais segue com normalidade, assim como a venda de passagens e as reservas, que podem ser encontradas no site da VOEPASS além dos canais de vendas de empresas parceiras […]”, declarou a companhia em nota enviada a imprensa.

Ainda segundo a Voepass, a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente de 2024, já que estes estão sendo realizados através da seguradora. “A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível”, disse.

Em novembro, o Poder360 mostrou que no mês seguinte ao acidente (setembro), a companhia perdeu 37% de seus clientes na comparação com o mesmo mês de 2023. Em outubro, a queda foi de 20,7%.

A empresa, que já vinha enfrentando fragilidades financeiras, vem tendo uma recuperação mais lenta do que a TAM (que hoje se chama Latam) em 2007 e a GOL em 2006, nos outros 2 grandes desastres aéreos do século.

Infográfico sobre o impacto de acidentes aéreos nas empresas

A TAM em 2007 registrou a maior tragédia da aviação brasileira em número de mortos. Em 17 de julho daquele ano, um Airbus A320 derrapou no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e colidiu com um prédio da própria empresa do outro lado da avenida Washington Luiz. O acidente deixou 199 mortos.

A sensação de insegurança àquela época impactou a empresa –que vinha registrando um crescimento acelerado. No mês seguinte ao desastre (agosto), o número de passageiros transportados pela TAM caiu 11,2%, indo de 1,8 milhão para 1,6 milhão. Em setembro, recuou 2,4%, voltando a crescer em outubro.

Já no caso da GOL, a queda do Boeing 737 em 29 de setembro daquele ano não fez a empresa entrar em recessão, mas freou seu ritmo de crescimento (que vinha na casa dos 40% e caiu para perto de 25% no fim do ano). O avião se chocou com um jato Legacy e caiu em Mato Grosso, deixando 154 mortos.





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