O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em entrevista à CNN que temas potencialmente polêmicos serão evitados no início de sua gestão na Casa. Ele teme que alguns temas, a exemplo da regulamentação das redes sociais, possam emperrar a pauta e atrapalhar a tramitação de temas importantes.
Além da regulamentação das redes, ele citou o projeto de anistia aos condenados por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 como uma questão que não será tratada de forma imediata, cabendo ao conjunto de deputados decidir o tratamento adotado. “Nós não queremos inaugurar o ano legislativo com todas essas polêmicas, porque nós podemos atrapalhar a pauta do ano inteiro”, declarou.
Sua principal prioridade, no outro lado, será assegurar o equilíbrio fiscal durante sua condução. Apesar de manifestar disposição em atuar em parceria com o governo, cobrou maior compromisso com a redução de gastos públicos, e afirmou que enxerga um parlamento receoso de projetos que possam aumentar a carga tributária. “Se você não tem responsabilidade no gasto público, você pode aumentar a tributação toda semana que não será suficiente”, acrescentou.
Essa tendência de receio a respeito de mudanças na carga tributária pode incidir sobre um dos temas prioritários para o governo: a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. De acordo com o presidente da Câmara, o tema é bem visto por parlamentares, desde que venha acompanhado de uma política de compensação fiscal.
Hugo Motta considera que a responsabilidade fiscal precisa receber maior prioridade do governo para caso queira assegurar um resultado positivo na próxima eleição. Seu partido, o Republicanos, é procurado tanto pelo PT, de Lula, quanto pelo PL, de Bolsonaro para firmar uma aliança em 2026. O parlamentar afirma que não há, no momento, compromisso firmado com qualquer possível candidato.