Gabriel Escobar esteve no Planalto, em visita protocolar, mas sinalizou disposição em manter diálogo aberto com o país
O novo encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, esteve no Palácio do Planalto nesta 2ª feira (3.fev.2025). Ele teve uma reunião na assessoria especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), órgão chefiado por Celso Amorim, que cuida de parte da política externa brasileira.
O movimento foi enxergado como protocolar, mas simbólico por ser em meio a uma 1ª semana tensa de governo de Donald Trump nas relações exteriores. O presidente dos EUA está impondo taxas a países como parte da política “América Primeiro”, beneficiando produtores dos EUA. O Brasil ainda não foi alvo de taxas.
É protocolo dos encarregados de negócios das embaixadas em Brasília pedirem reuniões no Planalto para se apresentarem ao governo do país.
No encontro nesta 2ª, Escobar disse que o órgão está aberto para o diálogo com o governo do presidente Lula. Ouviu o mesmo de volta.
No Planalto, a avaliação foi de que a sinalização é positiva. Isso porque pode representar que a Casa Branca e o Departamento de Estado norte-americano também estariam disponíveis para conversar com o governo Lula diretamente.
Segundo apurou o Poder360, o lado brasileiro afirmou a Escobar que os países têm uma boa relação diplomática desde sempre e que o governo a quer manter assim.
Além disso, a diplomacia de Lula disse ao norte-americano que a balança comercial entre os 2 países é superavitária para o lado dos EUA e que, atualmente, não há nenhum contencioso em qualquer área da relação bilateral.
O que ficou acertado é que, se surgir, daqui para a frente, qualquer ponto que possa se tornar alguma tensão, ambos estão dispostos a conversar e abertos ao diálogo no que depender da embaixada em Brasília.
Gabriel Escobar assumiu o cargo de encarregado de negócios na capital brasileira em 21 de janeiro, segundo a embaixada: “Antes de servir no Brasil, ele foi subsecretário adjunto responsável pela política para os países dos Bálcãs Ocidentais e o Escritório de Imprensa e Diplomacia Pública no Bureau de Assuntos Europeus”.
Trump e taxas
O ex-vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse que é questão de tempo até o Brasil ser atingido pelas tarifas de Donald Trump (Republicano).
Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro de 2025, Donald Trump (Partido Republicano) instaurou uma guerra comercial contra parceiros econômicos. Países como Canadá, México, China e a União Europeia já foram alvo de ameaças –e alguns, de tarifas impostas pelo republicano.
Um dos primeiros decretos assinados pelo presidente no 1º dia de volta à Casa Branca foi a revisão da política comercial dos Estados Unidos. Ele exigiu a investigação dos déficits comerciais anuais e pediu recomendações de medidas para remediá-los.